“Um ano volvido sobre a homenagem prestada à personalidade ímpar de Madalena de Azeredo Perdigão, por ocasião do centésimo aniversário do seu nascimento, a Figueira da Foz volta a acolher um recital da pianista lisboeta, em que esta interpreta a água como refúgio e superação e as emoções do corpo que dança e sobrevive”, destacou a organização, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.
A pianista Teresa da Palma Pereira sobe ao palco do Auditório Madalena Biscaia Perdigão pelas 17:00 de domingo, para apresentar composições do século XIX, de Liszt, Chopin, Tchaikovsky, Albéniz e Rimsky-Korsakov.
De acordo com a organização, o programa da pianista está dividido em dois atos: um primeiro ligado ao romantismo, com composições de Chopin e Liszt; e uma segunda parte inspirada na dança, com composições do bailado russo de Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov, e do espanhol Albéniz, ligado ao flamenco.
“É como se o público visse dois recitais num só”, referiu Teresa da Palma Pereira.
O recital começa com a Consolação n.º 1 de Liszt, “num breve momento de pura expressão e improvisação, emoção contida e sem palavras”.
Segue-se a obra de Liszt do primeiro caderno de 'Les Années de Pélegrinage', com uma composição que reflete o refúgio na água e nos seus sons profundos, continuando com os contornos aquáticos nos Noturnos de Chopin.
“Sendo das obras para piano mais amadas do público, a fluidez, a constância e a suavidade de uma mão esquerda construída sobre um padrão que se repete continuamente, suporta o lirismo e a expressividade intimista da mão direita, num ritmo que se assemelha ao da água”, afirmou a pianista.
A primeira parte do recital regressa a Liszt, de novo com a ligação entre as águas e o desejo de superação das limitações e obstáculos do mundo humano, as águas ora calmas ora tenebrosas e agitadas e o sagrado, na 'Lenda de São Francisco de Paula Caminhando sobre as Ondas'.
“A segunda parte do recital continua com uma estética pictórica, mas as peças evocam a cor dos cantos e danças da Andaluzia, com os 'Rumores de la caleta' e 'Malageña' de Albéniz, ambas reminiscentes da sonoridade flamenca da cidade marítima de Málaga”, indicou Teresa da Palma Pereira.
Segue-se Tchaikowsky, com dois excertos de duas das suas obras mais célebres: o 'Pas de Deux', de 'Quebra-Nozes', e o 'Adágio', de 'A Bela Adormecida'.
O programa culmina com o andamento final da suite Sherezade op. 35 de Rimisky-Korsakov, transcrita para piano por Paul Gilson.
“Esta peça destaca-se pela assumida grandiosidade sinfónica e pelo característico ritmo de tarantela. Na agitação das águas, exprime-se a superação de Scherezade, que afinal sobrevive pela força também vital das suas histórias e das emoções que suscita”, considerou a pianista.
Teresa da Palma Pereira é uma pianista galardoada em Portugal e no estrangeiro, tendo ficado em primeiro lugar no Concurso Internacional Maria Campina, obtido a segunda posição e a menção especial do júri no Concurso Internacional Princesa Lalla Meryem.
Ganhou o prémio do Koninklijk Conservatorium, em Bruxelas, o que lhe permitiu atuar como solista com a Orquestra da Câmara de Bruxelas.
Conta com cinco CD editados e atualmente é diretora artística da Academia de Música Flor da Murta, com sede em Paço de Arcos, e, desde 2018, do Festival Internacional de Piano de Oeiras.
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