
Este ano, participaram 37 países no concurso, mas à final só chegaram 26: 20 temas escolhidos nas duas semifinais, os chamados ‘Big Five’ (França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália) e o país anfitrião (Suíça).
Na primeira semifinal, Portugal, representado pelos Napa, com a canção "Deslocado", asseguraram um lugar na final. Noruega, Albânia, Suécia, Islândia, Países Baixos, Polónia, São Marino, Estónia e Ucrânia também conquistaram passagem para a última fase do concurso.
Lituânia, Israel, Arménia, Dinamarca, Áustria, Luxemburgo, Finlândia, Letónia, Malta e Grécia conquistaram um lugar na final da segunda semifinal.
Na final da Eurovisão 2025, o sistema de votação combina 50% de votos do público e 50% de votos de júris profissionais de cada país participante. Cada júri nacional atribui pontos de 1 a 8, 10 e 12 às suas canções favoritas, excluindo a do próprio país. Simultaneamente, o público vota através de telefone, SMS, da aplicação oficial ou da plataforma online.
A final começou com um vídeo que revelava como o troféu do vencedor se partiu no ano passado e como foi recuperado para a edição deste ano. De seguida, Nemo, o vencedor de 2024, subiu ao palco para interpretar o tema "Code".
Como é habitual, antes das atuações teve lugar o tradicional Desfile das Bandeiras, no qual os artistas dos 26 países finalistas subiram ao palco com as respetivas bandeiras. Durante este momento de abertura, a representante de Israel foi vaiada por parte do público.
No arranque da cerimónia, as apresentadoras Hazel Brugger, Michelle Hunziker e Sandra Studer cumprimentaram todos os espectadores. Além do público presente na arena, cerca de 30 mil pessoas acompanharam a final no estádio St. Jakob-Park.
ATUAÇÕES NA FINAL:
Noruega – Kyle Alessandro – "Lighter"
Luxemburgo – Laura Thorn – "La poupée monte le son"
Estónia – Tommy Cash – "Espresso Macchiato"
Israel – Yuval Raphael – "New Day Will Rise"
Lituânia – Katarsis – "Tavo akys"
Espanha – Melody – "Esa Diva"
Ucrânia – Ziferblat – "Bird of Pray"
Reino Unido – Remember Monday – "What the Hell Just Happened?"
Áustria – JJ – "Wasted Love"
Islândia – VÆB – "Róa"
Letónia – Tautumeitas – "Bur man laimi"
Países Baixos – Claude – "C’est la vie"
Finlândia – Erika Vikman – "Ich komme"
Itália – Lucio Corsi – "Volevo essere un duro"
Polónia – Justyna Steczkowska – "Gaja"
Alemanha – Abor & Tynna – "Baller"
Grécia – Klavdia – "Asteromata"
Arménia – Parg – "Survivor"
Suíça – Zoë Më – "Voyage"
Malta – Miriana Conte – "Serving"
Portugal – NAPA – "Deslocado"
Dinamarca – Sissal – "Hallucination"
Suécia – KAJ – "Bara bada bastu"
França – Louane – "Maman"
São Marino – Gabry Ponte – "Tutta l’Italia"
Albânia – Shkodra Elektronike – "Zjerm"
Manifestantes pró-Palestina e polícia em confrontos durante manifestação

Manifestantes pró-Palestina e a polícia entraram em confronto em Basileia, Suíça, durante uma manifestação que juntou várias centenas de pessoas contra a participação de Israel no concurso.
De acordo com a Agência France Presse (AFP), os confrontos tiveram início pouco antes de a representante de Israel, Yuval Raphael, ter atuado na St. Jakobshalle, onde desde as 20:00 de hoje decorre a final do concurso, que é transmitida em direto para países de todo o mundo.
Empunhando bandeiras palestinianas, os manifestantes seguiam atrás de uma grande faixa onde se lia “Unidos pela Palestina” e um trocadilho com a palavra Eurovisão, “Liberta a tua visão”, com um coração no lugar da letra v, descreve a AFP.
Os manifestantes queimaram uma bandeira de Israel e uma outra dos Estados Unidos da América e, num dos vários cartazes empunhados pelos manifestantes, pode ler-se “Cantar enquanto Gaza arde”.
Estação espanhola responde a ameaça da organização do Festival da Eurovisão

Durante a tarde deste sábado, 17 de maio, a União Europeia da Radiodifusão (UER), organizadora do Eurofestival da Canção, advertiu a RTVE de que será multada se na transmissão da final repetir os comentários sobre os mortos resultantes da ofensiva israelita em Gaza.
A informação, adiantada pelo jornal espanhol El País que teve acesso ao documento enviado pela UER, foi confirmada à agência de notícias Efe pela televisão pública, embora não tenham facultado mais informação sobre o conteúdo da missiva, nem a posição que será adotada.
No arranque da cerimónia, na emissão e nas redes sociais, o canal espanhol respondeu. "Perante os direitos humanos, o silêncio não é uma opção. Paz e justiça para a Palestina", pode ler-se no vídeo publicado no X, antigo Twitter, e Instagram.
O vídeo —sem som, com a mensagem em letras brancas sobre um fundo preto e com uma duração de 16 segundos— foi transmitido no canal La 1.
A carta, dirigida à chefe da delegação espanhola, Ana María Bordas, recorda à RTVE que as regras da Eurovisão “proíbem as declarações políticas que podem comprometer a neutralidade do concurso”.
“O número de vítimas não tem lugar num programa de entretenimento apolítico, cujo lema 'Unidos pela música' encarna o nosso compromisso com a unidade”, continua o texto que tem origem na transmissão da segunda semifinal, pela La2 da RTVE, na passada quinta-feira.
No prólogo da atuação do candidato israelita, Yuval Raphael, os comentadores Tony Aguilar e Julia Varela recordaram que a RTVE pediu formalmente à organização do festival para que se abra um debate sobre a continuidade do país, no meio da ofensiva israelita na Palestina.
Além disso, citaram as “mais de 50 mil” mortes de palestinianos – já são mais de 53 mil – que a atual ofensiva causou desde o início, em outubro de 2023, incluindo mais de 15 mil crianças, de acordo com as Nações Unidas.
Por sua vez, este facto, provocou uma queixa formal à UER, por parte da emissora pública israelita, KAN, segundo informações publicadas pelo Ynet.
No ano passado, o porta-voz da Sumar e ministro espenhol da Cultura, Ernest Urtasun, solicitou a comparência da direção da RTVE no congresso para garantir que não se repetiria a “participação da estação pública de televisão espanhola no branqueamento do genocídio”, em referência às ações de Israel.
A presença de Israel no concurso este ano foi contestada por artistas que já participaram no concurso e pela televisão pública espanhola.
Mais de 70 músicos, entre os quais Salvador Sobral, António Calvário, Fernando Tordo, Lena D’Água e Paulo de Carvalho, apelaram à União Europeia de Radiodifusão (UER), para que excluísse a participação de Israel.
Numa carta aberta, os subscritores justificam o apelo com o facto de considerarem a televisão israelita KAN “cúmplice do genocídio contra os palestinianos em Gaza”.
A carta, publicada conjuntamente pela organização não-governamental Artists For Palestine e pelo movimento Boycott, Divestment, Sanctions (Boicote, Desinvestimento e Sanções, em português, BDS), é assinada por cantores, compositores, músicos, bailarinos e membros de coro de vários países.
A televisão pública espanhola, RTVE, pediu a “abertura de um debate” sobre a participação da KAN no festival da Eurovisão, numa carta dirigida à UER.
O pedido da RTVE surgiu depois de terem sido lançadas petições na Finlândia, no final de março, pedindo à televisão pública finlandesa Yle que pressionasse a UER para excluir Israel da edição de 2025, por causa da guerra em Gaza.
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