A Netflix anunciou que está a preparar uma série sobre Mafalda, a popular personagem criada por Joaquín Lavado "Quino". A notícia foi confirmada esta segunda-feira, dia 5 de agosto, no evento "Made in Argentina", organizado pelo serviço de streaming em Buenos Aires.
Juan José Campanella, vencedor de um Óscar pelo filme "O Segredo dos Seus Olhos", vai realizar, produzir e escrever os episódios da série. Ao seu lado, o cineasta terá Gastón Gorali e Sergio Fernández
"Mafalda e os seus amigos não só já me fizeram rir muito, mas, de vez em quando, obrigaram-me a abrir o dicionário. E cada nova palavra que aprendia vinha com a recompensa de uma nova gargalhada", recordou Juan José Campanella, citado pela Variety.
"É nossa obrigação preservar o humor, a ironia e as observações de Quino. Não acho que vamos conseguir elevar Mafalda, porque não existe um nível acima dela, mas sonhamos em criar uma nova forma de a partilhar com os nossos filhos", acrescentou o realizador.
Mafalda foi criada Joaquín Lavado "Quino" - a menina que detesta sopa, concebida a pedido de um anúncio de eletrodomésticos em 1963. "É uma menina que tenta resolver o dilema de quem são os bons e quem são os maus deste mundo", definiu o seu criador.
A campanha nunca aconteceu e Mafalda ficou guardada numa pasta até 1964, quando foi publicada no semanário de Buenos Aires Primera Plana por impulso da mulher de Quino, Alicia Colombo, a sua inseparável companheira durante mais de meio século.
"A minha mulher foi a chave para a Mafalda ser conhecida", afirmou ao dedicar o Prémio Príncipe das Astúrias a Alicia em 2014.
Embora nunca tenha negado a fama mundial que Mafalda lhe trouxe, Quino sempre a considerou só mais um desenho. Com o mesmo distanciamento um dia em 1973, no auge da sua fama, deixou de desenhá-la, simplesmente por considerar que "se repetia".
"Nunca a amei mais do que aos meus outros desenhos", disse sobre a menina que fez gerações rirem.
Quando Mafalda chegou à Espanha, durante a ditadura de Franco, "saía com uma faixa que dizia 'só para adultos' e foi censurada também na Bolívia, no Chile e no Brasil", recordou.
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