“Dando continuidade à reflexão sobre a passagem do tempo e os processos de crescimento/envelhecimento iniciada no espetáculo ‘Joyeux Anniversaire’, esta adaptação pretende explorar os universos de tensão que resultam da obra”, afirma a companhia de teatro, em comunicado.

No resumo que a escritora Marguerite Yourcenar faz da obra de Virginia Woolf, que traduziu para francês, escreve que “As Ondas” é um “ensaio sobre a solidão”.

“Trata-se de seis crianças, três raparigas, Rhoda, Jinny e Susan; e de três rapazes, Louis, Neville e Bernard, que vemos crescer, diferenciar-se e envelhecer. Uma sétima criança, que nunca toma a palavra e que só conhecemos através das outras, é o centro do livro, ou melhor, o seu coração”, acrescenta.

Em “As Ondas”, Virginia Woolf constrói uma “delicada partitura que se movimenta entre seis monólogos interiores”, com o texto a seguir as seis personagens narradoras desde a infância à idade adulta, explorando os processos de construção e mediação da individualidade e do coletivo, explicam os promotores do espetáculo, acrescentando que esta adaptação coloca as personagens num ambiente artificial - um estúdio de chroma -, testando os limites da sua plasticidade.

“Neste aparente não-lugar, os elementos próprios de um estúdio de gravação audiovisual reconfiguram-se constantemente para a construção de paisagens plásticas e emocionais que estas seis figuras atravessam. A floresta das brincadeiras infantis dá lugar à arena social onde os jovens adultos se movimentam; um restaurante que acolhe o reencontro de amigos transforma-se em espaço íntimo de luto pela morte de um deles”, afirmam.

A plasticidade de que se reveste o espaço deste espetáculo “imersivo” pretende transmitir “a profunda dimensão poética” do texto de Virginia Woolf.

A forma como os seis intérpretes “operam este espaço e o seu equipamento” cria universos visuais e sonoros que “deslocam o texto do seu enquadramento espaciotemporal original e o colocam, em tensão, no centro do espetáculo”, refere o grupo teatral.

Criado a partir da tradução de “As Ondas” feita por Francisco Vale para a editora Relógio D'Água, o espetáculo conta com as interpretações de Alfredo Martins, Anabela Almeida, Duarte Guimarães, Luís Godinho, Sara Duarte e Tânia Alves.

Esta adaptação teatral do Teatro Meia Volta e Depois à Esquerda Quando Eu Disser tem estreia marcada para dia 8 de junho e manter-se-á em cena até 25 do mesmo mês, com um custo de bilheteira de 10 euros, preço normal, ou de seis euros, com descontos.