Trata-se de um projeto extenso no tempo, que arranca agora com as primeiras seis biografias, a serem apresentadas numa cerimónia na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, com a presença dos autores, quase todos ficcionistas, anunciou a editora.

Este projeto editorial irá permitir “conhecer em profundidade personalidades extraordinárias dos séculos XX e XXI”, como Agustina Bessa-Luís, Herberto Helder, José Cardoso Pires, Natália Correia, Manoel de Oliveira e Amália Rodrigues, as seis primeiras "grandes figuras" da coleção, que se estenderá a outras personalidades, ao longo dos próximos anos.

Para escrever estas biografias, o editor da Contraponto, convidou maioritariamente escritores, pois não quer que estas obras “sejam meros repositórios de factos por ordem cronológica”, mas sim obras que os leitores tenham “prazer ao lê-las”.

A exceção é o sociólogo João Pedro George, autor da “bastante elogiada” biografia de Luiz Pacheco - “Puta Que os Pariu!” (2011) – e que agora assina o volume dedicado ao poeta Herberto Helder (1930-2015).

Mas a primeira biografia prevista é dedicada a Agustina Bessa-Luís (nascida em 1922) e é de autoria de Isabel Rio Novo, enquanto Filipa Melo ficou com a responsabilidade de biografar a fadista Amália Rodrigues (1920-1999).

Bruno Vieira Amaral escreve a biografia do escritor José Cardoso Pires (1925-1998), Paulo José Miranda a do cineasta Manoel de Oliveira (1908-2015) e Filipa Martins a da poetisa Natália Correia (1923-1993).

“Procuramos retratos completos, rigorosos e muito bem escritos destas personalidades», explicou Rui Couceiro, numa entrevista recente à Lusa.

O responsável adiantou que “ainda no primeiro semestre de 2019, será editada uma outra biografia”, sem revelar qual, e referiu que apesar de não estar prevista uma regularidade fixa para estas edições, este é um projeto para continuar “para lá de 2020".

O editor lembrou que, em Portugal, “não há uma tradição, nem de aposta nem de leitura de biografias, e, “com esta coleção, a Contraponto pretende esbater esta tendência”.

“Acreditamos que é possível dar mais força ao género biográfico. E acredito muito no género, acho que há espaço de mercado no sentido de as pessoas começarem a ler mais biografias. É, aliás, uma tendência internacional, até porque há personalidades extraordinárias para biografar, de que as seis já escolhidas são um exemplo”, disse Rui Couceiro.

Quanto às biografias, o editor afirmou: “O nosso objetivo não é o de criar polémica. Nesse sentido, tenho mantido contactos com os familiares/herdeiros e amigos dos biografados, pois sei que são sensíveis ao revelar determinadas informações, daí que tenhamos tido este cuidado”.

“Limitámo-nos a perguntar-lhes se queriam ou não colaborar, e a maioria tem sido muito recetiva e colaborante”, acrescentou, referindo que “há outras pessoas que não se sentem confortáveis para falar, mas nem sempre isso é o fundamental”.

“Procuramos retratos completos, rigorosos, e muito bem escritos destas personalidades”, sentenciou Rui Couceiro.

O editor enfatizou que “a dialética entre o biografado e o biógrafo é especial e distingue estes livros, porque os biógrafos já têm os seus leitores e são, de alguma maneira, consagrados, e vão biografar pessoas de referências na nossa cultura”.

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