A coreógrafa Vera Mantero, o artista multidisciplinar Jonathan Uliel Saldanha, o rapper Xullaji, o bailarino Dougie Knight, o teatro da companhia Cão Solteiro são outros nomes que vão passar pelo TBA, de janeiro a março do próximo ano.

“Little wimmin”, versão feminista do clássico “Mulherzinhas” - como o próprio termo 'wimmin' reforça - será apresentado em Lisbooa, pelas mulheres de Figs in Wigs, a 3 e 4 de fevereiro.

"Em 'Little wimmin', elas assumem a tarefa indiscutivelmente árdua de adaptar fielmente o romance 'Little Women' e transformá-lo num vertiginoso desfile de adereços surrealistas", escreveu o jornal The Guardian em 2021, sobre esta versão, enumerando elementos do cenário: "Uma fonte de gelo em forma de pénis, uma pessoa disfarçada de árvore de Natal, uma margarita gigante".

Figs in Wigs "não é realmente uma companhia de dança", explicava então o jornal britânico: "Embora haja dança nos seus espetáculos, também há drama (mais ou menos), comédia (mais ou menos), personificações (mais ou menos) e, ocasionalmente, algum 'eletro-punk' caseiro (mais ou menos) [...]. O seu trabalho é um ato de apropriação. É a transformação da realidade que as rodeia num mundo em que possam querer viver. Um lugar de estranheza e cor, de teoria sofisticada, de cuidado e de comunhão".

"Wimmin" era o termo usado pelas pioneiras do movimento feminista britânico para o plural de mulher ("women"), de modo a evitar o sufixo "men" (homens).

Na programação do TBA, a primeira proposta do ano pertence a Vera Mantero e Jonathan Uliel Saldanha, com “'Esplendor e dismorfia' + 'The breaking point'", uma performance e um filme, em cena de 12 a 14 de janeiro.

Uma conversa sobre “Fertilizar e nutrir”, com Andreia Garcia, Aoaní Salvaterra, Henda Vieira-Lopes, Jade Rocha, Mulheres Negras Escurecidas (MNE) e Vinícius Couto, a 17 de janeiro, um concerto com o rapper Xullaji, no dia 19, um 'workshop' de Filipa Bossuet sobre "falar/fazer", a 27 de janeiro, e a dança de Dougie Knight, em 27 e 28 de janeiro completam a programação do TBA para o primeiro mês de 2024.

“Temos diante dos olhos uma catástrofe sem fim”, escreve o diretor artístico do TBA, Francisco Frazão, na programação do trimestre, acrescentando que esta não incidirá sobre “o estado do mundo”.

“Torcer e distorcer. Recusar o hábito, desconfiar dos sistemas e dos clássicos, remisturá-los em cocktails impossíveis. Olhar para a estranheza, o inquietante, como quem volta a casa: se calhar é isso um teatro”, acrescenta Frazão, na apresentação do cartaz.

A 10 de fevereiro, Sofia Borges, Marta Warelis, Lula Pena, António Poppe e Carlos Santos estarão no TBA, na rua tenente Raul Cascais, para um concerto integrado no Festival Rescaldo.

“Se nãos és lésbica, como é que te chamas?”, peça de teatro de Alice Azevedo, em cena de 21 a 24 de fevereiro, e um 'workshop' sobre falar/fazer de Paulo Pascoal, subordinado ao tema “Re-existência na terra”, a 24 de fevereiro, completa a programação para fevereiro.

Em março, destaque para a peça de teatro “The man who as a spoon”, da companhia Cão Solteiro, de 6 a 9, do concerto de Fuensanta com Marta Arpini & Paula Bilá, dia 15, e para a performance “Notebook”, de Alexandra Bachzetsis, nos dias 22 e 23.

“Caminhada simbiótica”, um 'workshop' de Maria de Lá Salete/Ossanha Project, no dia 23, e a conferência de Kathryn Yusoff, intitulada “Earth as a medium of struggle”, no dia 27, preenchem o mês de março.

A programação está disponível no site do TBA na Internet - www.teatrodobairroalto.pt.