O ciclo é composto por oito concertos de músicas do mundo e, aos Triaboliques -- os guitarristas Justin Adams, Ben Mandelson e Lu Edmonds, os “três veteranos do rock e de outras músicas”, juntos desde a década de 1980, como escreve a fundação --, segue-se, a 24 de março, no palco do Trindade, a cantora brasileira Ava Rocha, naquela que é a sua estreia na capital portuguesa.

“De sonoridade próxima ao tropicalismo, Ava Rocha mistura a música popular brasileira (MPB) e 'grooves afros', amazónicos, poesia, distorções, suavidade e improvisos, com 'performance' intensa marcada pela sua voz rara”, prossegue a fundação.

Ava Rocha recebeu em 2015 o Prémio Multishow de Artista Revelação, do canal televisivo brasileiro Multishow, e publicou já três álbuns, o mais recente, de 2018, “Trança”.

Em abril, no dia 28, atuam os romeenos Taraf De Caliu, “a última geração de músicos de ‘lautari’”, termo que remete para um clã de músicos ciganos.

O grupo, liderado pelo violinista Caliu, iniciou em 1991 uma digressão internacional tendo atuado, entre outras cidades, em Tóquio, Paris, Singapura, Nova Iorque, Istambul, Londres e Los Angeles.

Em maio, no dia 26, o músico nigeriano Tony Allen apresenta o seu mais recente disco, “Hugh Masekela”.

Allen foi o baterista e diretor musical da banda Africa 70, de Fela Kuti, de 1968 a 1979, e emigrou para a Europa em 1984, residindo, atualmente, em Paris, onde trabalha com Manu Dibango e Ray Lema.

Em 2002, apresentou o seu álbum em nome próprio, “Home Cooking”, ao qual sucedeu, em 2006, “No Shaking” e, este ano, um álbum em memória do músico sul-africano Hugh Masekela, que apresenta em Lisboa.

A maliana Oumou Sangaré atua no dia 24 de junho. Sandaré é apresentada como “uma das figuras mais importantes da música africana”, cujas canções denunciam a subjugação feminina, a vida na pobreza e a falta de liberdade individual das mulheres.

Os Huun-Huur-Tu, da república russa de Tuva, atuam no dia 29 de setembro. O grupo, originário das montanhas de Altai, colaborou, entre outros, com os músicos Frank Zappa e Ry Cooder.

Ao palco lisboeta vão trazer “cantos guturais das estepes com diversas matizes estilizadas que reproduzem os sons das aves e os ruídos das águas” e “canções que falam do amor, das planícies orientais, mas também dos cavalos e dos rios”, segundo a mesma fonte.

Um dos membros do grupo, Alexei Saryglar, colabora regularmente com o Kronos Quartet. Os restantes são Kaigal-ool Khovalyg, Sayan Bapa e Radik Tolouche.

O pianista, compositor e arranjador Christophe Chassol sobe ao palco do Trindade no dia 27 de outubro, apresentando o seu mais recente álbum, "Ludi", a sair em março próximo.

Chassol, natural da Martinica, colaborou com nomes como os Phoenix e Sebastien Tellier. As suas composições articulam vozes, música, sons e imagens em novos objetos audiovisuais.

O ciclo encerra no dia 24 de novembro com a atuação dos Maltres Tambours du Burundi. Inicialmente pastores, “são os fiéis depositários de uma tradição musical recuperada de um passado ancestral”, e conhecidos pelas suas acrobacias em palco.

No ano passado, o ciclo "Mundos" contou com 3565 espectadores, segundo a mesma fonte.