O Encontro da Canção de Protesto, promovido pela Câmara Municipal de Grândola em parceria com o Observatório da Canção de Protesto, conta com a presença de figuras relacionadas com o percurso da canção de protesto em Portugal.

"O encontro consiste na realização de várias iniciativas relacionadas com o universo da canção de protesto com o objetivo de reunir um conjunto de entidades, cantores, artistas, estudantes e professores que, de algum modo, estão relacionados a esta temática”, explicou hoje à agência Lusa a vice-presidente do município, Carina Batista.

Tendo como objetivo “o estudo, a salvaguarda e a divulgação do património musical produzidos nos séculos XX e XXI”, o Observatório da Canção de Protesto, criado em 2015, pretende igualmente destacar “aquilo que é produzido na atualidade, envolvendo todos os estilos musicais que existem hoje em dia, como é o caso do hip hop”, exemplificou a autarca.

O evento abre na quinta-feira, no Cineteatro Grandolense, com a inauguração de uma mostra de capas de discos de vinil editados em Portugal, entre 1960 e 1979, da coleção privada de Hugo Castro, e a exibição do documentário “A cantiga era uma arma”, do realizador Joaquim Vieira sobre o papel da canção antes e durante o período revolucionário português.

No dia seguinte, o público pode assistir, às 21:00, ao espetáculo de poesia “É urgente construir certas palavras”, a cargo dos alunos do Agrupamento de Escolas de Grândola, que, segundo os promotores, “irão procurar, através da leitura, dar resposta às inquietações do poeta Eugénio de Andrade”, como o ódio, a solidão ou a crueldade.

No Cine Granadeiro, o cantor Luís Galrito apresenta, às 21:30, o seu mais recente disco intitulado “Menino do Sonho Pintado”. Em palco estarão Napoleão Mira e João Nunes (guitarra), Filipa Teles (coro), Gabriel Costa (guitarra baixo), Luís Melgueira (percussão) e João Espada (arte visual e sonoplastia).

Para sábado, “o dia mais forte”, estão previstas várias sessões testemunhais dedicadas ao universo da canção de protesto e onde “serão debatidas várias temáticas com a presença de figuras como António Moreira, Arturo Reguera, Carlos Moreira e Hugo Castro, entre outros, e um espetáculo musical inédito que será o momento alto deste encontro”, frisou a autarca.

Nas sessões testemunhais, no Cineteatro Grandolense, vão ser debatidos temas como os “processos de produção fonográfica e a música popular portuguesa”, “música e política no contexto revolucionário português”, a relação do cantautor José Afonso com a Galiza e “novos protestos, outras canções”.

A noite fica reservada para o espetáculo inédito “Uma mão cheia de Abril”, às 21:30, no Cineteatro Grandolense, com a atuação dos músicos Francisco Fanhais, João Lóio, Manuel Freire, Tino Flores e Samuel Quedas, que “irão conversar com a plateia e cantar os temas em que prevalecem os valores da Liberdade, Justiça e Fraternidade”.

O Encontro da Canção de Protesto encerra no domingo com um espetáculo dedicado a canções de resistência portuguesas, pela Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, a apresentação do novo sítio em rede do Observatório da Canção de Protesto e um colóquio.