A terceira edição do Festival de Fado do Rio de Janeiro realiza-se sexta-feira e sábado, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, reunindo diferentes gerações de artistas, como Carlos do Carmo, Mísia ou Raquel Tavares.
No primeiro dia do festival atuam Cuca Roseta e Mísia e, no sábado, Carlos do Carmo e Raquel Tavares, os mesmos artistas que subiram ao palco na edição realizada em São Paulo, no início da semana, no Teatro J. Safra.
"Nossa expectativa é transformar o festival em tradição por aqui", conta a produtora executiva Connie Lopes, portuguesa radicada no Brasil, idealizadora do evento ao lado do empresário português Álvaro Covões.
Connie Lopes é conhecida por ter criado o Back2Black, festival que abre a sua programação a músicos e criadores africanos, afrodescendentes e aqueles cuja obra é influenciada pela cultura da África.
"Os brasileiros estão a redescobrir Portugal, olhando para o país com outros olhos", disse a empresária à Lusa, acrescentando que os brasileiros, acostumados a viajar para Londres e Paris, passaram a incluir Portugal no seu roteiro, além de investirem na compra de imóveis em território lusitano.
"É um dos países menos perigosos do mundo, não tem terrorismo nem violência, e reavivou seu lado cultural", continuou a empresária. "O público brasileiro está cada vez mais interessado na música que vem de Portugal e abraçou o fado de forma muito carinhosa", conclui Connie Lopes.
Cuca Roseta tem trabalhado, de maneira independente, para o aumento do intercâmbio cultural entre Brasil e Portugal.
Ela cantou pela primeira vez no Brasil em 2014, durante o Campeonato do Mundo de futebol. O seu último CD, "Riû", tem produção do jornalista e letrista paulista Nelson Motta, com três músicas compostas por ele, em parceria com Djavan, Ivan Lins e Jorge Drexler.
Mísia, por sua vez, é a cantora portuguesa atual que desperta maior culto internacional, uma das pioneiras do chamado fado contemporâneo.
Carlos do Carmo recebeu, em 2015, a distinção de "Lifetime Achievement" dos Grammy latinos - Prémio de Carreira -, concedida pela Academia Latina da Gravação pelos 50 anos de carreira. Até a data, é o único Grammy Latino conquistado por um artista português, depois de, em 2000, a soprano Elisabete Matos o ter recebido por "La Dolores", considerado o melhor álbum de música clássica.
A jovem Raquel Tavares vai fazer uma participação especial durante a apresentação do criador de "Os putos".
Nas duas edições anteriores, o Festival de Fado contou com Mariza, António Zambujo, Ana Moura, Carminho, Camané e o Projeto Amália Hoje.
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