Os Arte & Ofício, uma das bandas com mais popularidade nos anos 1970 graças à fusão de vários estilos de rock, celebraram em disco os 40 anos da sua fundação, momento gravado na Casa da Música, no Porto.

Chama-se “aLive after 40 years” e “é uma espécie de prova de sobrevivência pessoal, de cada um de nós, de que estamos vivos e depois de tanta música e projetos diferenciados”, disse à Lusa o baixista Sérgio Castro, um dos elementos fundadores do grupo.

Com António Garcez (voz) e Álvaro Azevedo, também da formação que em 1975 arrancou com o projeto, atuaram no concerto que deu origem a este ‘longa duração’ ao vivo com outros elementos-base: Fernando Nascimento (guitarra), Jorge Filipe Santos (teclas), João ‘Pony’ Machado (guitarra) e Inês Soares (coros) num concerto que resultou agora em longa duração ao vivo, com algumas das melhores composições da banda.

“Nunca fui um defensor destes reencontros, que às vezes correm mal, pelo que este disco, tal como o concerto, foi algo inesperado”, confessou Sérgio Castro.

Álvaro Azevedo, por sua vez, assumiu “a pressão de muitos amigos, gente da música, mas sobretudo do António Garcez, que não nos largou enquanto não dissemos que sim”.

Talvez porque “certas criações podem ser únicas”, Sérgio Castro admite que este disco não tem que ser sinónimo de regresso ou continuidade: “Sou um jovem de 60 anos, não sei se há muito mais que fazer daqui para a frente, no que diz respeito aos Arte & Ofício”.

“Nos anos 70 éramos mais novos e fazíamos a coisa como profissionais: com muito trabalho, muitas horas a ensaiar, todos os dias, e muitos concertos, às vezes de segunda a sábado”, explicou, justificando o facto de, nos dias que correm, já não existirem as mesmas condições que levaram ao sucesso da banda.

Ao fim de 40 anos, com dois álbuns editados – “Faces” (1979) e “Danza” (1982) -, e ainda com uma legião de fãs, sobretudo no Porto, de onde é originária, a banda está, porém, inibida de reeditar esses trabalhos, um pouco como tem acontecido noutros casos.

“Os arquivos não funcionavam como hoje em dia. Os ‘masters’ de gravação perderam-se, ninguém sabe deles, pois passaram-se muitos anos e as editoras ou já não existem ou não se preservaram os registos”, comentou Sérgio Castro.

Sobre o disco e o que lhe deu origem, o concerto na Casa da Música, o baixista argumenta: “Quisemos recordar o grande momento que foi o concerto na Avenida dos Aliados, que foi memorável pela quantidade de gente que ali esteve, numa época em que não havia muito o hábito de concertos no centro da cidade”.

“Foi o primeiro, com aquela envergadura, que se fez no Porto. E não quisemos que a cidade se esquecesse disso, quando gravámos este disco”, concluiu.

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