Harvey Weinstein é acusado de crime sexual e entregou-se às autoridades esta sexta-feira.
O produtor de cinema de 66 anos entregou-se numa esquadra de Nova Iorque, atravessando um corredor de jornalistas e fotógrafos, algo não muito distante do que acontecia na passadeiras vermelhas dos seus filmes.
A imprensa norte-americana já tinha noticiado na quinta-feira que o ex-produtor deveria apresentar-se hoje às autoridades judiciais nova-iorquinas, o que aconteceu cerca das 07:00 (hora local), sem prestar qualquer declaração à chegada.
Uma fonte judicial está a avançar que terá de pagar dois milhões de dólares de fiança para permanecer em liberdade.
As redes sociais começam a dar conta das reações e uma das primeiras veio de Asia Argento, que acusa o produtor de a ter violado no Festival de Cannes há 20 anos: a atriz italiana diz que "hoje Harvey Weinstein dará o primeiro passo na sua inevitável descida ao inferno. Nós, as mulheres, finalmente temos uma esperança verdadeira de justiça."
Harvey Weinstein enfrenta vários processos civis em Nova Iorque e Los Angeles. Há ainda investigações criminais nessas cidades e também em Londres, mas o primeiro a avançar esta sexta-feira com uma acusação formal estará relacionada com o caso em que alegadamente forçou a então atriz estreante Lucia Evans a fazer sexo oral durante uma audição.
Ela foi uma das que denunciantes na reportagem da revista The New Yorker em outubro do ano passado, que juntamente com a do jornal The New York Times, publicada alguns dias antes, levaram à queda do produtor com vários filmes premiados em Hollywood.
Rose McGowan, Asia Argento, Ashley Judd, Gwyneth Paltrow, Kate Beckinsale e Salma Hayek foram algumas das atrizes que o acusaram de diferentes formas de agressão sexual, desde assédio a violação, mas no total mais de uma centena de mulheres testemunhou, indicando um padrão com cerca de 40 anos.
Ainda em Outubro, foi demitido pela Weinstein Company e mais tarde expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (que atribui os Óscares) e outras organizações.
O escândalo desencadeou a campanha #Time’sUp, que levou à queda de centenas de homens em lugares de poder de numerosos setores.
O produtor sempre negou todas as acusações de sexo não consentido e garante que nunca realizou um ato de represália contra as mulheres que rejeitaram os seus avanços sexuais.
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