Num texto divulgado hoje, mais de 400 artistas de banda desenhada, entre os quais Lewis Trondheim e Guillaume Bouzard, que preside ao júri de Angoulême, alertam para a situação de precariedade vivida por muitos artistas, desenhadores e autores, em particular no mercado editorial franco-belga.
Exigem "uma reflexão profunda e global", que envolva todos os intervenientes do mercado livreiro, para discutir o estatuto, a proteção social e as remunerações dos autores.
A agência France Presse recorda que, em 2017, em França, venderam-se 43 milhões de álbuns de banda desenhada, que geraram cerca de 500 milhões de euros de receita. Mas 36 por cento dos autores vivem no limiar da pobreza.
O próprio Ministério da Cultura francês já reconheceu que é preciso rever a política cultural pública, na matéria de apoio à banda desenhada, porque "muitos autores estão numa situação económica difícil", escreve a agência noticiosa.
Considerado o mais importante evento europeu dedicado à banda desenhada, o festival de Angoulême começa hoje, mas, na quarta-feira à noite, a organização anunciou a atribuição do Grande Prémio ao autor norte-americano Richard Corben, 77 anos, pelo conjunto da obra, marcada pelos géneros ficção científica e horror.
Este ano, o festival dá especial atenção à banda desenhada japonesa (manga), em particular a autores como Naoki Urasawa e Hiro Mashima, e presta homenagem aos autores suíço Cosey, Grande Prémio de 2017, e ao francês Jacques Martin, falecido em 2010.
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