Até podia nem sequer ter sido uma entrada, dado o tamanho da tarde. Com muitas críticas à organização, a música ficou para segundo plano no arranque do evento decorrido no Parque Eduardo Sétimo, em Lisboa, no passado sábado.

Com uma entrada impensável e filas intermináveis para um estreito pórtico, qualquer um demorava cerca de uma hora (ou mais) para entrar (há relatos que até houve fila para sair), sendo que depois apanhava uma outra fila para validar a pulseira e depois tinha mais outra para carregar a pulseira com o dinheiro (bonita intenção, mas de boas intenções o inferno está cheio).

Ou seja, a brincar com esta situação, mais valia dançar na fila para buscar uma cerveja, já que as pessoas a servir eram poucas para tanta procura. As justificações podem ser várias: demasiada procura para pouca oferta, inexperiência da organização, enfim, é enumerar.

Lisbon Jardim Sonoro 6
Lisbon Jardim Sonoro 6

Ao invés, há que destacar ainda assim o ambiente agradável do festival. O DJ set do Nicolas Jaar e o som que derretia o mais frio dos gulags da Sibéria, de Nina Kraviz, proporcionava bons momentos que faziam esquecer aquele empurrão aqui e ali.

Falando de música, é de destacar a atuação de Nicolas Jaar, precisamente. Aqueles que poderão ter ficado algo desiludidos com ele, por ser um DJ set, estão enganados. Foi um concerto muito personalizado (logo com o início em modo Avante, com o tema Vampiros, de Zeca Afonso), que proporcionou um final de tarde muito tranquilo no Marquês de Pombal, mais habituado a ouvir buzinões durante a semana.

Lisbon Jardim Sonoro 4
Lisbon Jardim Sonoro 4

Mas lá está, impossível dar um passo sem que nos encontrássemos numa fila. E por incrível que pareça, quando se fala de filas em festivais pensa-se: multibanco e WC. O primeiro, não havia. O segundo, via verde. Que domingo seja um dia de menos filas e mais música. Por favor.

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