"Ela dedicou a vida à música e à luta contra o racismo e o antissemitismo", escreveu Meron Mendel, lembrando que Esther Bejarano, deportada em 1943 para o campo de extermínio nazi, conseguiu salvar-se porque tocava acordeão em Auschwitz.

"Uma voz importante na luta contra o racismo e o antissemitismo morreu", assinalou o ministro das Relações Exteriores alemão Heiko Maas, destacando que "a sua vitalidade e incrível história" eram admiradas.

Nascida em Sarrelouis, Esther Bejarano foi deportada pela primeira vez para Auschwitz em abril de 1943 antes de ser transferida em novembro do mesmo ano para o campo de Ravensbrück.

Os seus pais e irmã foram assassinados pelos nazis.

Depois da guerra, Esther Bejarano viajou para a Palestina e morou durante quase 15 anos em Israel, antes de regressar à Alemanha, onde contou a sua história e nos últimos anos alertou contra a ascensão da extrema-direita.

"Aqueles que como nós viveram isso [a deportação] sabem que não há palavras adequadas para descrever o quão sério é", insistia, citando em particular o movimento xenófobo e antimuçulmano Pegida e o partido de extrema-direita AfD.

Personalidade muito respeitada na Alemanha, escreveu vários romances autobiográficos, dedicou-se ao canto e ao comité internacional de Auschwitz.

Esther Bejarano foi recrutada para a orquestra de mulheres de Auschwitz quando não sabia tocar acordeão, mas apenas piano.

Com outras artistas, tinha de tocar para os prisioneiros e para os deportados quando estes desciam dos comboios.