Nos anos 1990, foram uma das bandas indie rock de referência, com canções dissonantes e ruidosas, para uma geração de adolescentes que é hoje adulta. Trinta anos depois, os Pixies voltaram a cantar essas canções, cinquentões, e já sem Kim Deal no baixo, substituída por Paz Lenchantin.

Tocaram "Vamos", "Velouria", "Broken Face" ou "Debaser", mas foi com "Where is my mind" e "Here comes your man" que puseram todos a pular e a cantar.

O concerto de quinta-feira dos Pixies, antes da entrada em cena dos britânicos The Chemical Brothers, aconteceu na semana em que o grupo anunciou, para setembro, a edição de um novo álbum, "Head Carrier", e uma digressão europeia, com passagem a 21 de novembro pelo Coliseu do Porto.

O cantor britânico Robert Plant, que se apresentou na companhia dos The Sensational Space Shifters, apostou em temas da antiga banda, os lendários Led Zeppelin, para abrir e fechar cerca de 01:30 de espetáculo.

Embora tivesse percorrido sonoridades que foram, como fez questão de dizer, do "delta do Mississipi" à música africana, foi sobretudo com temas dos Led Zeppelin - reconhecíveis pelos 'riffs' de guitarra criados por Jimmy Page - que Robert Plant arrancou o público da apatia.

A reação mais efusiva foi para clássicos como "Black Dog" e "Whole Lotta Love", tocado em 'medley' com "I Just Wanna Make Love to You", de Etta James.

1975

Os concertos no Palco NOS arrancaram com os ingleses The 1975, que na bagagem trouxeram os seus dois únicos álbuns: "The 1975", de 2013, e "I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful Yet So Unaware of It", de fevereiro.

Sucederam-lhes os escoceses Biffy Clyro, banda já com 20 anos, que aproveitou o concerto para dar a conhecer alguns dos temas de "Ellipsis", o sétimo álbum, que chega às lojas na segunda-feira.

Ainda antes do sol se por, no extremo oposto do recinto, os americanos Vintage Trouble fizeram do regresso a Portugal uma festa rock n'roll, com o vocalista Ty Taylor mobilizar largas milhares de espetadores que estavam numa das tendas do festival.

Com canções como "Pelvis Pusher" e "Run like the river", cheias de blues rock, o quarteto californiano fez o que quis do público, que obedeceu aos pedidos de palmas, braços no ar e cânticos, numa espécie de comunhão religiosa, muito transpirada.

No final, com o público rendido, Ty Taylor desceu do palco, atravessou a audiência de uma ponta à outra - alguém lhe colocou uma bandeira de Portugal nos ombros - e regressou depois nadando literalmente sobre os espectadores.

O palco dedicado ao fado, uma das novidades desta décima edição, foi suscitando curiosidade para quem passou na rua onde se concentra o comércio. Houve quem tivesse comentado que se arrepiava a ouvir fado, o caso de três espanholas que assistiam a Marco Rodrigues, e quem aproveitasse o espaço para apanhar ar fresco.

No final da noite, ainda antes de se abrir uma pista de 'slow', os portugueses Dead Combo tocaram para algumas dezenas de espetadores que conseguiram assegurar lugar no pequeno espaço. Muitos mais ficaram à porta.

Não sendo artista, a relva sintética - uma estreia no festival - fez a diferença no recinto, permitindo que dezenas de pessoas se sentassem e deitassem no chão. Algumas arriscaram andar descalças e outras não dispensaram o creme protetor num dia quente de verão.

O décimo festival Nos Alive prossegue na sexta-feira - num dia há muito esgotado - com Radiohead e Tame Impala entre os cabeças-de-cartaz.

Veja na galeria algumas imagens do primeiro dia:

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