Rúben Almeida, ou melhor Kura, é o novo nome do catálogo da Spinnin’ Records, a maior editora de EDM do mundo. Em entrevista ao SAPO On The Hop, o DJ revela que não quer voltar a fazer música para a rádio, mas sim para as pistas de dança, onde reina tal como se viu no RFM SOMNII, na Figueira da Foz.
SAPO On The Hop: No ano passado ficaste em 42º lugar no top da DJ Mag. Este concurso é de popularidade onde os fãs votam. De que forma é que estar nesse lugar, o que significa que tens muitos fãs a votar em ti, teve um impacto na tua carreira?
Kura: Foi uma surpresa porque na minha expectativa não pensava numa fase inicial até entrar, então depois ficar num lugar tão alto, ainda mais. Mas para muita gente não foi surpresa porque realmente houve um número massivo de votos para isso acontecer e eu ia vendo as redes sociais, mas ainda assim não acreditava. Nunca se sabe...
E também a capacidade de votos que os outros DJs também têm...
Exato, então para mim foi uma surpresa, e além disso obviamente que veio trazer novas oportunidades. O mercado asiático abriu-se para mim, posso dizer claramente que foi à conta da DJ Mag. E depois também um reconhecimento internacional, passar por editoras grandes [Kura assinou pela Spinnin’ Records], as minhas músicas tiveram sucesso na Beatport também. Tudo isso sustenta e esta questão da DJ Mag traz também um pouco mais de peso à carreira.
É a maneira de a indústria também saber quem é que o fãs estão a seguir...
Sim, exatamente. É a maneira mais justa de poderes ver os DJs mais populares. Não os melhores porque isso é tudo muito subjetivo. O que para mim é bom para outro pode não ser.
E os estilos variam muito... cada vez mais misturados. Agora, aqui no RFM SOMNII, vais estrear alguma música? Quais vão ser as surpresas?
Vou tocar cerca de sete temas meus, em que três serão completamente exclusivos.
Um deles será "Namek"? Uma faixa já tocada por Hardwell, Guetta, e muitos outros DJs, talvez o maior reconhecimento de uma faixa tua...
Não, não, por acaso tenho tido a sorte de quase todas as minhas faixas serem tocadas. Talvez estejas a dizer isso desta música por ter sido mais rápido, isso tens razão. Foi tudo logo muito repentino. Acaba por ser uma confirmação dos objetivos pelos quais eu faço as músicas em primeiro lugar. O que é que isso significa? Eu faço a música para a pista de dança, para os DJs tocarem, para eu tocar. O que vier depois é bónus. Os outros DJs gostarem é uma aprovação, é um dizer que estou num bom caminho, para continuar a fazer.
Quando iniciaste, porém, começaste com uma música mais pop, a "Undefeatable". A estratágia mudou?
Ainda não tinha bem definido aquilo que queria fazer, ainda estava a apalpar o mercado. Percebi que não é tanto isso que eu quero fazer, quero continuar a fazer músicas de pista de dança e sempre que tiver de fazer uma faixa vocal, algo mais relacionado com o "Collide", que eu fiz tem que ter a ver comigo. É uma faixa que pode ser tocada na rádio, mas que não foi feita para a rádio. As rádios é que depois se quiserem adaptam-se. Não vou fazer mais músicas para a rádio, na minha opinião não funciona dessa forma.
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