"Sabemos que há alguns anos era difícil ouvir a nossa música em Cuba, mas aqui estamos nós", afirmou Mick Jagger, em espanhol.
"Penso que os tempos estão a mudar verdadeiramente", acrescentou, reforçando: "É verdade, não é?".
A plateia respondeu com entusiasmo às palavras de Jagger e a todo o concerto, segundo os relatos das agências de notícias internacionais.
A banda atuou no complexo desportivo de Havana, que tem capacidade para 450 mil pessoas e ficou completamente cheio, havendo ainda centenas nas imediações do recinto, incluindo em telhados, a partir de onde podiam ver o concerto.
As agências de notícias escrevem que seguramente mais de meio milhão de pessoas assistiu a este concerto histórico.
O concerto foi gratuito e foi o primeiro em Cuba de uma banda com a dimensão internacional dos Rolling Stones.
A banda levou ao recinto desportivo de Havana uma multidão heterógena onde havia famílias inteiras, locais e turistas, jovens e adultos já de idade avançada.
Horas antes do início do concerto, três quartos do recinto estava já cheio e milhares de pessoas ficaram bloqueadas nas ruas em redor, sem conseguir entrar, mas vibrando com o espetáculo, perfeitamente audível nas redondezas e até visível a partir de determinados pontos.
"Estou aqui desde as oito da manhã porque este concerto é histórico, vai marcar a história mundial, não apenas Cuba", disse à AFP Meiden Betsy, um estudante cubano, num dos vários relatos entusiasmados e emocionados que a agência recolheu no local.
"Nunca imaginei que os poderia ver aqui um dia [aos Rolling Stones], nunca mesmo", afirmou Alexander Chacon, jardineiro.
Miguel Garcia, de 62 anos, disse à agência, ainda antes de o concerto começar, que sabia que se ia emocionar e chorar durante o espetáculo.
A banda britânica atuou em Cuba três dias depois da visita história a Havana do Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, e o concerto foi incluído à última hora na digressão que os Rolling Stones estão a fazer na América Latina.
Um palco de 80 metros de comprimento e sete ecrãs gigantes foram instalados na Ciudad Deportiva, o complexo inaugurado em 1959, antes da revolução cubana que acabou por banir o rock do país por o regime de Fidel Castro o considerar uma expressão musical ligada ao imperialismo.
No entanto, ao longo dos últimos 30 anos, o rock foi sendo gradualmente permitido no país.
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