Sob o título “No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Trabalho.De.Preto", trata-se do novo projeto do artista pluridisciplinar, performer e músico que abriu, em maio, com uma performance, o programa "Encontros sobre Arte" da 58.ª Bienal Internacional de Arte de Veneza, em Itália.

Este trabalho é uma exposição expandida que integra uma instalação audiovisual composta por nove ´soundscapes´, um programa semanal de sessões áudio intitulado "No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Visions", distribuição de autocolantes e folhetos, performances e colaborações que vão acontecer de forma mais ou menos espontânea, num projeto que Mosquito quer manter aberto à intervenção de outros artistas, ‘performers’ e músicos, segundo a organização.

O título surge como uma provocação e pretende confrontar o público "com as conotações negativas da expressão ‘trabalho de preto’ - racista, esclavagista, estereótipo étnico depreciativo, entre outras -, e, paralelamente, agencia-a [como] fator de unificação".

Porque, como expõe Nástio Mosquito, o desafio é “falar com todos os pretos loiros, pretos morenos, pretos acromáticos, pretos das redes sociais, pretos com suposta representatividade, pretos que todos os dias acordam com a vontade interior de serem resoluções de problemas...”.

O atual projeto prossegue "No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Us", o universo de trabalho que o artista estreou em maio de 2019, com uma série de performances ao vivo, e que foi apresentado no âmbito do programa de abertura oficial da 58.ª Bienal de Arte de Veneza, nessa altura com a derivação "No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Our.Performance".

Depois de Veneza, Mosquito criou performances e peças sonoras para festivais e eventos artísticos nas cidades de Vooruit, na Bélgica, Poznań, na Polónia e, mais recentemente, em Munique e Frankfurt, na Alemanha.

A partir da palavra “mosquito”, o artista encetou uma pesquisa de base autobiográfica que explora perceções sobre o inseto com que partilha o sobrenome, identificando as valorações e impactos mais nefastos que este pode ter.

O universo criativo do artista manifesta-se sob a forma de performances, instalações, ‘podcasts’, exposições ou de qualquer outra experiência multissensorial que "apoie a exploração política dos nossos sonhos, e a pesquisa sobre o que realmente preocupa as pessoas".

Criar “oportunidades de encontro” e “entendimentos sobre capacidades que são interdependentes”, constituem condições prioritárias para o que artista Nástio Mosquito descreve como a “necessidade de cuidar” (´to care´, em inglês), expressa no manifesto que expande agora até Lisboa: “Não é possível comprometermo-nos com algo que nos preocupa sem impactar o mundo. Vamos impactar o mundo porque nos preocupamos”.

A exposição "No.One.Gives.A.Mosquito’s.Ass.About.Trabalho.De.Preto" estará patente até dia 15 de fevereiro de 2020, no Hangar, podendo ser visitada de quarta-feira a sábado, entre as 15:00 e as 19:00.

Nascido em 1981, no Huambo, saiu de Angola ainda jovem para estudar em Coimbra, e depois rumou a Lisboa, onde desenvolveu o seu trabalho musical durante dois anos no Hot Club, e já adulto seguiu para Londres, onde estudou produção em media, tendo regressado depois ao seu país de origem.

O seu trabalho tem passado pelo vídeo, fotografia, instalações, palavra, performance e música, com álbuns editados como “Why Do You Care” (2012) e “Se Eu Fosse Angolano” (2013).

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