“Välute é um lugar imaginário, um território fronteiriço, onde tudo é possível. O sonho confunde-se com a realidade. A memória surge difusa em breves fragmentos de lucidez para logo se dissipar. Um regresso ao Éden. Talvez seja este o lugar da morte. Talvez seja Välute”, lê-se na apresentação da obra.
O texto, a criação e o espaço cénico do espetáculo são da autoria de Rui Neto e a interpretação está a cargo de Margarida Cardeal, com a participação de Cristina Milho, Drica Gomes, Martyn Gama e Roger Madureira.
“O regresso a este texto ('Luto', 2012), primeiro surge da vontade de o reescrever cenicamente encontrando um universo mais maduro e criativo. Associamos o luto à morte. Prefiro associá-lo a estratégias de sobrevivência, mesmo que se percam em memórias, sonhos e pensamentos circulares, ou em clichés teatrais”, explica Rui Neto.
O encenador, e também ator, confessa que olha “inevitavelmente” para Hamlet e para os seus fantasmas, mas que opta por se afastar, preferindo “brincar com as palavras e encontrar o feminino do seu luto: Luta! Porque é fértil, tem ganas, tem vida!”.
Com figurinos de Rui Neto, estrutura cénica de Rui Miragaia, sonoplastia de Cristóvão Campos, luz de João Rafael Silva e ilustração de LUD Martins, a peça, com a duração aproximada de uma hora, vai estar em cena de 14 a 23 de dezembro, no Teatro da Comuna, em Lisboa.
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