O primeiro dia do Vodafone Mexefest já lá vai e é bom notar que passados quatro anos, há coisas boas que ainda se mantêm. A descoberta de novos artistas, ou as salas sempre cheias ou ainda o facto de andarmos sempre de uma sala para outra e acabarmos por encontrar sempre gente conhecida. Como tal, há que fazer uma selecção de tops (e momentos menos bons também) do que fica na retina.
Akua Naru
Sem dúvida o concerto da noite. Por muito que custe aos fãs do Benjamin Clementine (já lá vamos), a norte-americana partiu tudo na Estação do Rossio. Em abono da verdade, muito contribuiu a banda que a acompanhou, com destaque para o saxofonista que por momentos fez lembrar o Epic Sax Guy (quem não conhece, procure no youtube, é diversão garantida). Verdade que não teve um alinhamento longo, mas foi um concerto intenso. Principalmente na música Poetry: How Does It Feel, com níveis de sedução nos píncaros e uma envolvência com o público quase intimista. Para quem viu este concerto, o dinheiro do bilhete foi bem empregue.
Benjamin Clementine
Sim, era o artista mais esperado do dia e bem merecido. At Least for Now é a prova de maturidade do artista britânico, que se apresentou no Coliseu com uma humilde e timidez como poucos artistas por lá passaram. As palavras poderão ser poucas para descrever o concerto, pelo que só se diz que uma hora soube a pouco.
Vodafone Bus
Já um habitué neste evento e que este ano podia prometer algo mais. Não pelo conceito, porque esse já não dá para mudar, mas sim pela banda. Os esquizofrénicos The Sunflowers vieram do Porto para dar tudo no autocarro, mas o que fica é uma versão do Paradise City sem estima pelos Guns N' Roses. Foi saltar logo à primeira paragem. Fica a ressalva para a conversa interessante com o segurança que contou as suas experiências de festivais.
Janeiro
Foi com ele que se abriu as hostilidades do Mexefest, e logo na Casa do Alentejo – que é o espaço mais bonito de todos os espaços do festival. A representar a música popular portuguesa, da boa, apresentou o seu EP num espírito muito agradável, sem preocupações e com toda a descontracção possível. Batemos o pé com certeza.
Chairlift
Se calhar a desilusão do festival. A banda em termos técnicos não apresentou falhas, mas um concerto não é, ou pelo menos, não deve ser uma interpretação ipsis verbis do álbum. E foi isso que aconteceu. É que se estivéssemos a ouvir no ipod, seria exactamente igual. Houve uma apatia estranha entre banda e público. O que foi uma pena.
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