Lançada em 2011, "A Guerra dos Tronos" foi seduzindo mais e mais espectadores ao longo das temporadas. Tornou-se a série mais vista da HBO em 2014, batendo "Os Soprano". O último episódio da sétima temporada foi acompanhado por 16,5 milhões de fãs nos Estados Unidos, um recorde absoluto para uma série de televisão - segundo a HBO, os episódios da última temporada foram vistos por uma média de mais de 30 milhões de pessoas nos EUA.
São números excepcionais que se repetem no resto do mundo e que incluem a pirataria, estimada em mais de mil milhões visualizações ilegais durante a sétima temporada - recordes e mais recordes.
Em todo o mundo, vários canais, como o SyFy Portugal, a OCS, na França, e a Sky Atlantic, no Reino Unido, decidiram transmitir a oitava temporada no mesmo horário que nos Estados Unidos, ou seja, de madrugada.
Um orçamento colossal
A oitava temporada foi anunciada como a mais cara da história das séries, com um orçamento de 15 milhões de dólares por episódio. Entre os efeitos especiais, os imprevistos no cenário natural e os slaários dos dos atores (mais de 1,1 milhão de dólares por episódio para os cinco protagonistas), as máquinas registradoras disparam.
Os episódios desta última temporada são mais longos, 1h20 para os três últimos, como um longa-metragem. O episódio piloto custou quase 10 milhões de dólares, e a sétima temporada, com sete episódios, foi a mais cara (100 milhões).
Um investimento de muito retorno: segundo o jornal The New York Times, a série arrecada mil milhões de dólares anuais para a HBO. Também é a mais premiada nos Emmys, com 47 estatuetas.
Top secret
Depois da partilha ilegal de quatro episódios da quinta temporada antes de irem para o ar, o canal tomou medidas de precaução. Os dois criadores, David Benioff e D.B. Weiss, gravaram várias versões finais para evitar os fugas de informação, uma técnica já usada para "Os Sopranos" e "Breaking Bad". A atriz Sophie Turner (Sansa Stark) contou que visitou falsos cenários de filmagem para despistar. Durante a gravação, foi ativado um dispositivo antidrones.
Auge do turismo
Com cerca de 30 cenários no mundo, a saga fez disparar o turismo por onde passou - o caso da Irlanda do Norte, da Islândia, ou das cidades espanholas de Osuna e Gerona, com circuitos turísticos dedicados à série. Foi o que fez a jornalista francesa Ava Cahen, no livro "Game of Thrones décodé".
Já a cidade de Dubrovnik, na Croácia, que representa a capital dos Sete Reinos, teve de limitar o número de visitantes.
Modas
Os nomes das personagens da série já inspiraram muitos pais. Arya está no top 20 dos mais populares (343 nascimentos em 2017) na Inglaterra e em Gales. Nos Estados Unidos, Khaleesi, que significa "rainha" no idioma imaginário de Dothraki, entrou no Top 1000 em 2014 e, em 2017, nasceram 466 meninas com esse nome.
Não são apenas os nomes que são imitados. Um dos atores principais, Peter Dinklage, pediu aos fãs que parassem de comprar cães da raça huski - similares aos lobos da série -, porque os abandonos dos animais dispararam 700% desde 2011 no Reino Unido, segundo a organização de defesa dos direitos dos animais PETA.
Fãs presidenciais
Barack Obama, fã da série, pediu para ver na "pré-estreia" a sexta temporada, apesar de a HBO ter proibido qualquer difusão antecipada. Em várias ocasiões, Donald Trump fez referência ao emblemático lema da família Stark "Winter is coming", escrevendo no Twitter "Sanctions are coming" (Sanções estão a chegar) a propósito do Irão, e "The wall is coming" ("O muro está a chegar) em alusão ao muro na fronteira com o México.
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