“Seis dos filmes [da série "Ocean"] vão estar focados nos mares profundos, que é a razão pela qual estamos nos Açores, arquipélago que possui uma ecologia marinha muito interessante para explorar e filmar”, declarou à agência Lusa um dos diretores do projeto, Joe Treddenick.
O profissional britânico afirmou que esta nova série da BBC será feita com base em filmagens que visam registar novos padrões de comportamento de espécies marinhas no decurso de seis filmes de uma hora cada, que estarão especificamente focados em diferentes ‘habitats’ dos oceanos.
O sexto filme da série "Oceans" será exclusivamente dedicado ao mar profundo e a BBC filmará por todo o planeta, registando em imagem os diferentes comportamentos no fundo do mar e a ecologia, sendo nesse contexto que surge os Açores, como explicou Joe Treddenick.
Sem querer desvendar o que encontrou no mar profundo açoriano, durante as filmagens que decorreram nas ilhas do grupo central dos Açores, o produtor britânico elogiou a beleza da região, considerando-a uma “parte muito interessante do mundo”.
Joe Treddenick, que integra também a equipa editorial da BBC, referiu que existe uma “incrível vida selvagem” no arquipélago dos Açores constituída por peixe e mamíferos, tanto à superfície como no mar profundo.
A cadeia de televisão britânica espera voltar aos Açores nos próximos dois anos, ainda de acordo com Joe Treddenick, que revela que tem algumas ideias em mente para desenvolver no âmbito de outros projetos.
Frank Wirth, residente há 21 anos na ilha do Pico e responsável pela operadora marítimo-turística "Pico Sport", que promove observação de cetáceos e de jamantas e o mergulho, e que já colaborou com a BBC em outros projetos no mundo, esteve também envolvido nas filmagens de "Oceans" nos Açores.
O empresário explicou à Lusa que um dos projetos desenvolvidos pela BBC no arquipélago assentou na filmagem, durante sete dias, da vida animal em torno de um cachalote morto, que deu à costa e foi transportado para alto mar, visando analisar os padrões de comportamento de espécies como o tubarão azul, por exemplo, face à presença do mamífero.
“Foi a primeira vez no atlântico [apenas tinha acontecido no pacífico] que se registou em imagem o processo de decomposição de um cachalote. Toda a gente estava muito entusiasmada”, declarou Frank Wirth.
Nuno Sá, fotógrafo subaquático português premiado internacionalmente, que foi também um dos convidados para colaborar neste projeto da BBC, sublinhou a visibilidade que esta série irá dar aos Açores.
O fotógrafo destacou que a série "Blue Planet", antecessora de "Oceans", foi vista por 500 milhões de telespectadores, daí que defenda uma aposta em grandes produções por parte da região, aliciando os operadores internacionais a visitarem os Açores.
“Não é por acaso que toda a gente no mundo sabe onde ficam as Galápagos, uma vez que já foram realizadas centenas de produções no arquipélago, o mesmo acontecendo com a grande barreira de coral na Austrália”, referiu o fotógrafo, à Lusa.
Nuno Sá sublinhou que se 500 milhões de pessoas ficarem a saber onde ficam os Açores e as coisas fantásticas que passam no seu mar “não há campanha turística que consiga competir com este tipo de números”.
@Lusa
Comentários