Nicolau Santos falava no segundo e último dia do 31.º congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que se realiza em formato híbrido a partir do auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, que tem como tema "Tech and Economics: the way forward", no painel Estado da Nação dos Media.

O ministro da Cultura está "disponível para revisitar o contrato de concessão que tinha ficado mais ou menos acordado com o anterior governo e com anterior secretário de Estado", afirmou Nicolau Santos, aludindo às declarações do governante no parlamento na terça-feira.

"Penso que é uma altura muito boa para fazer uma reflexão sobre o que deve ser o serviço público de futuro", salientou o gestor.

Nicolau Santos sublinhou que a RTP tem "efetivamente um conjunto de obrigações pelo contrato de concessão", mas "faz muito mais para além disso, nomeadamente no domínio social".

Por exemplo, "disponibilizamos todos os anos um jogo de futebol por semana para as nossas comunidades de emigrantes e para as pessoas de países de língua oficial portuguesa, não somos obrigados a fazer isso, há uma série de encargos que a RTP tem para servir" os públicos que não estão no contrato de concessão.

"Acho que é altura de fazer uma boa reflexão sobre serviço público de rádio e televisão em Portugal", rematou.

"Indo ao encontro da preocupação do PSD sobre a centralidade que esta área tem nesta nova orgânica governativa, queria dar conta que na minha opinião é preciso mesmo revisitar a discussão do contrato de concessão da RTP nas suas várias dimensões", afirmou o ministro da Cultura na terça-feira, no parlamento.