
O realizador italiano Ruggero Deodato, de 77 anos, é o convidado especial do certame, que homenageia o polaco Walerian Borowczyk (1923-2006), “cineasta de culto cuja obra tem vindo a ser reavaliada internacionalmente, acompanhando o restauro dos seus filmes, mas que, em Portugal, ainda não recebeu a atenção merecida”, afirma a organização.
De Walerian Borowczyk serão exibidos os filmes “La bête/The beast” (1975) e “Docteur Jekyll et les femmes/Doctor Jekyll and his women” (1986).
Ruggero Deodato é o realizador de “Holocausto canibal”, considerado “o filme mais controverso de sempre, tendo sido censurado e banido em vários territórios; em Itália, o realizador teve de provar em tribunal que os atores ainda estavam vivos”.
“A extensa obra de Deodato inclui uma mão cheia de títulos incontornáveis, filmes de culto como ‘Live like a cop, die like a man’ (1976), ‘The house on the edge of the park’ (1980) ou “Cut and run’(1985)”.
O certame divide-se em diferentes secções, entre entre as quais “Lobo mau”, destinada ao público infanto-juvenil, na Cinemateca Júnior, no Palácio Foz.
A secção “Serviço de Quarto”, que “tem apostado na mais variada programação mundial de terror”, propõe este ano, a exibição de filmes de terror provenientes de países nunca antes representados no MOTELX, designadamente originários do Irão e da Dinamarca.
“Nesta primeira vaga de títulos podemos encontrar ‘serial killers’, demónios em cenários de guerra, vizinhos sinistros, ‘kebabs’ de carne humana, gravidezes sobrenaturais, um México pós-apocalíptico, vampiros humanos e uma batalha entre dois ícones do cinema de terror recente”, escreve a organização.
Nesta secção, da Índia vem “Psycho Raman”, de Anurag Kashiyap, e do Irão “Under the shadow”, um filme que, segundo a organização, é “de terror sobrenatural cuja ação se desenrola em 1987, no pico do conflito com o Iraque”, realizado por Babak Anvari.
Outra secção é “Doc Terror”, que segundo a mesma fonte, “conta com dois títulos bastante fortes, um documentário sobre um dos realizadores mais iconoclastas do cinema norte-americano recente, Brian de Palma”.
O outro filme é “Ickled”, “uma investigação levada a cabo pelo jornalista neozelandês David Farrier, que, numa primeira fase, parece inofensiva – um bizarro desporto que envolve resistência a cócegas – e que, a certa altura, não pára de surpreender, com revelações cada vez mais inacreditáveis ligadas a realidades criminais bem negras”.
Na secção “Quarto perdido”, estreia-se um filme de António de Macedo, “o único cineasta assumidamente fantástico da cinematografia lusa”, que se intitula “O segredo das pedras”, já exibido na RTP no formato minissérie, com o título “O altar dos holocaustos”.
Na semana anterior ao MOTELX, o festival fará uma espécie de boas-vindas à programação principal, com cinema ao ar livre e concertos no Largo São Carlos, ao Chiado, e no Beco da Rua da Moeda, ao Cais do Sodré.
Em 2015, o MOTELX somou cerca de 18 mil espectadores.
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