Em 1988, Michael Keaton foi uma escolha muito controversa do realizador Tim Burton para ser Batman: os fãs enviaram milhares de cartas para o estúdio a queixar-se que o ator, mais conhecido pelos papéis de comédia, era completamente errado para o papel.

Um ano depois, a sua interpretação foi elogiada por fãs, público e críticos: "Batman" tornou-se um gigantesco sucesso de bilheteira e um marco histórico do género de super-heróis no cinema, estatuto que mantém até à atualidade.

Michael Keaton voltou para a sombria sequela "Batman Regressa" (1992), mas acabou por ficar de fora do terceiro filme, "Batman para Sempre" (1995), apesar de ter aprovado Joel Schumacher como o novo realizador e experimentado o guarda-roupa.

Segundo a principal versão oficial, o ator desistiu e foi substituído por Val Kilmer quando Tim Burton se afastou do projeto (ou foi afastado pelo estúdio, que queria uma versão menos sombria de Bruce Wayne e Batman), com algumas divergências sobre o tom geral da história pelo meio.

Passados 27 anos sobre o lançamento, chegou a explicação do próprio sobre o que aconteceu.

"Foi sempre o Bruce Wayne. Nunca foi o Batman. Para mim, sei que o nome do filme é 'Batman' e é bastante icónico e muito 'cool' e culturalmente icónico e, por causa de Tim Burton, artisticamente icónico, [mas] sabia desde o início que era Bruce Wayne. Era esse o segredo. Nunca falei sobre isso. [Toda a gente dizia] Batman, Batman, Batman faz isto, e eu ficava a pensar 'Vocês estão todos errados nisto’. Bruce Wayne. Que pessoa faz aquilo?... Quem é que se torna aquilo?", contou Michael Keaton no 'podcast' Backstage.

Batman (1989)

Segundo o ator, o que aconteceu após a saída de Tim Burton foi uma divergência de fundo entre esta versão de um Bruce Wayne cujo presente sombrio se explicava pelos traumas do passado e uma visão mais "extravagante" para "Batman para Sempre" defendida pelo novo realizador.

Após vários encontros com Joel Schumacher, que descreveu como "um homem suficientemente simpático, faleceu e portanto não falaria mal dele mesmo que estivesse vivo", Michael Keaton diz que tentou racionalizar uma forma de fazer o terceiro filme e sempre com a esperança que o realizador mudasse de opinião, mas percebeu que ele não ia ceder.

"Mas recordo-me que uma das coisas em que saí a pensar 'Meu deus, não consigo fazer isto', ele perguntou-me 'Não percebo porque é que tudo tem de ser tão sombrio e tudo tão triste' e eu fiquei, 'Um momento, sabe como é que isto tipo se tornou o Batman? Leu... [as bandas desenhadas] É bastante simples", contou o ator.

Mas a história tem um "prolongamento" feliz: ao fim de 33 anos, Michael Keaton voltará a ser Batman em "The Flash", protagonizado por Ezra Miler, previsto para estrear nos cinemas a 4 de novembro, estando também confirmada mais uma aparição em "Batgirl", que já está em rodagem em Londres com os realizadores Adil El Arbi e Bilall Fallah, o duo de "Bad Boys Para Sempre".

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