Em "A Baleia", que chega aos cinemas portugueses a 2 de março de 2023, Brendan Fraser interpreta um professor de meia-idade com 272 quilos que come de forma compulsiva por causa da dor e culpa e tenta voltar a relacionar-se com a filha de 17 anos, de quem se separou ao abandonar a família por causa do amante gay, que mais tarde morreu.

É descrito como o grande "regresso" do ano e o estatuto de favorito ao Óscar de Melhor Ator não dá sinais de desvanecer-se desde a antestreia mundial em Veneza do novo drama psicológico de Darren Aronofsky ("Requiem for a Dream", "Cisne Negro"), antes pelo contrário.

Nas redes sociais, os fãs até cunharam o termo "Brendanaissance" para simbolizar o movimento de afeição pelo ator de 53 anos, que tem a reputação de ser uma das estrelas mais simpáticas e acessíveis de Hollywood, e via a carreira desacelerar após o sucesso da saga "A Múmia" (1999-2008) e filmes como "O Rapaz da Pedra Lascada" (1992), "Cabeças Ocas" (1994), "George - O Rei da Selva" (1997), "Dudley Assume o Comando" (1999) ou "Viagem ao Centro da Terra" (2008).

Naturalmente que ele é visto como uma presença incontornável nos muitos eventos da temporada de prémios que culminará na próxima cerimónia das estatuetas douradas, marcada para 12 de março de 2023.

Mas há um importante evento em Hollywood que vai boicotar, mesmo que seja nomeado: a cerimónia a 10de janeiro dos Globos de Ouro, os prémios da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood (Hollywood Foreign Press Association, HFPA na sigla original).

"Tenho mais passado com a Hollywood Foreign Press Association do que respeito pela Hollywood Foreign Press Association. Não, não vou participar", disse durante uma entrevista à revista GQ.

"É por causa do passado que tenho com eles. E a minha mãe não criou um hipócrita. Podem chamar-me muitas coisas, mas não isso", continuou.

Em 2018, ele acusou Philip Berk de o ter apalpado quando era presidente da organização, durante um evento em 2003: este alegada agressão sexual, um subsequente divórcio, a morte da mãe e dificuldades financeiras levaram-no à depressão, o que acumulado com problemas de saúde que se foram acumulando relacionados com o impacto de fazer as cenas de ação dos seus filmes, contribuíram para a estagnação da carreira durante praticamente uma década.

Além disso, descreveu que o incidente fez dele uma pessoa "retraída" e ficou a pensar que a organização o colocou numa lista negra por causa da falta de oportunidades profissionais.

Por seu lado, Berk disse que as alegações eram "uma fabricação total" e só tinha beliscado o ator na brincadeira.

Seguiu-se uma investigação, após a qual terá sido solicitado a Fraser que assinasse uma declaração conjunta a dizer que os indícios reunidos sustentavam a versão de Berk de que se tratou de uma brincadeira e não de um avanço sexual. Este recusou e Berk fez um pedido de desculpas por escrito mas não foi alvo de qualquer sanção antes de ser demitido em abril de 2021, mas por ter enviado um e-mail onde chamava um "movimento de ódio" ao Black Lives Matter.

Com a HFPA também a ser alvo de um boicote de Hollywood desde a publicação de uma reportagem em fevereiro de 2021 que denunciava falta de diversidade e outras controvérsias profissionais, éticas e de corrupção, Fraser só admite mudar de posição se a organização fizer um esforço "sincero" para reparar o que aconteceu.

Mas com exceção dos Globos, ele promete apoiar "A Baleia" na temporada: "Devo-o a mim. Devo-o a quem fez o filme. Sei que o devo aos fãs que pagaram para me ver [...]. Devo-o aos meus filhos. Esta é a minha oportunidade".

TRAILER LEGENDADO "A BALEIA".

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