A caminho dos
Óscares 2023
Brendan Fraser está nomeado para o Óscar de Melhor Ator por "A Baleia", depois de ter desaparecido do radar de Hollywood durante quase 15 anos.
É o momento mais alto até agora do "Brendanaissance", o termo cunhado pelos seus fãs nas redes sociais para descrever o seu "regresso" e a afeição pelo ator, que tem a reputação de ser uma das estrelas mais simpáticas e acessíveis de Hollywood, e via a carreira desacelerar após o sucesso da saga "A Múmia" (1999-2008) e filmes como "O Rapaz da Pedra Lascada" (1992), "Cabeças Ocas" (1994), "George - O Rei da Selva" (1997), "Dudley Assume o Comando" (1999) ou "Viagem ao Centro da Terra" (2008).
Atualmente com 54 anos, o ator falou numa nova entrevista da sua atual imagem e do contraste com os tempos de galã na década de 1990 e 2000.
Fraser comentou especificamente que a forma musculada com que se apresentou na comédia "George - O Rei da Selva" era algo "que fazia sentido" por causa do escasso guarda-roupa da sua desastrada personagem.
"Sei que isso me levou a um ponto da minha vida em que precisei recuar. E foi o que fiz. Agora, estou mais velho; não tenho o aspeto que tinha e não é algo que necessariamente queira", reconheceu ao jornal britânico The Telegraph [acesso pago].
"Estou em paz com quem sou agora. E estou contente que o trabalho que posso fazer seja baseado numa realidade emocional que não é minha própria vida, mas com a qual me posso fortemente identificar", continuou, referindo-se ao filme onde interpreta um professor de meia-idade com 272 quilos que tenta voltar a relacionar-se com a filha de 17 anos, de quem se separou ao abandonar a família por causa do amante gay.
Na entrevista, Fraser voltou a recordar que fazer esses primeiros filmes de ação tiveram um grande impacto no seu corpo e saúde mental.
"Fiquei um pouco magoado pelos anos a fazer as minhas próprias cenas de ação e precisei fazer operações cirúrgicas na coluna e nas articulações. Isso tirou muito de mim. Sabia que ficaria melhor, mas demorou muito tempo", explicou.
A rodagem do terceiro filme "A Múmia" em 2007 foi um momento de viragem: o ator contou que todas as manhãs se transformava numa espécie de gladiador, enrolando-se em compressas musculares e pacotes de gelo para conseguir fazer as cenas.
A resposta foi clara quando foi questionado se uma das motivações para suportar as dores físicas era uma certa falta de amor-próprio: "Sem dúvida, havia falta de amor-próprio. De certa forma senti que merecia [sacrificar-se] e queria ser aquele que levava o primeiro soco".
A cerimónia dos Óscares terá lugar a 12 de março.
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