Para Daniel Craig, os filmes "Knives Out" deviam ser vistos a sério nos cinemas antes do lançamento na Neflix... o que choca com o modelo de negócio da plataforma.

No outono de 2019, "Knives Out: Todos São Suspeitos", a primeira aventura do detetive Benoit Blanc interpretado pelo ator, foi um sucesso inesperado no grande ecrã, arrecadando 312 milhões de dólares nas bilheteiras. O realizador Rian Johnson também conseguiu uma nomeação para os Óscares na categoria de Melhor Argumento Original.

Em 2021, a Netflix assinou um acordo milionário com Johnson para ter os direitos para duas sequelas e a primeira sequela, "Glass Onion: Um Mistério Knives Out", esteve uma semana em novembro de 2022 em 600 cinemas da América do Norte, o maior lançamento de sempre para a plataforma, antes de chegar à Netlix um mês depois e entrar no Top 10 dos filmes originais em inglês mais vistos.

As receitas das bilheteiras chegaram aos 15 milhões de dólares e os analistas concordaram que foi uma oportunidade perdida para arrecadar muito mais com mais tempo de exibição.

Agora, Craig foi questionado se gostaria que a segunda sequela, "Wake Up Dead Man", tivesse direito a mais do que uma semana.

"Sabem que sim. Espero que a Netflix avance um pouco e as pessoas possam ver. As pessoas com quem falo – os fãs, calculo – tudo o que querem fazer é levar as suas famílias e ir ver o filme nos cinemas. É só isso que querem fazer. Espero que lhes possamos proporcionar essa experiência2, disse numa entrevista à revista Variety.

Em outubro, descobriu-se que Craig aproveitou a antestreia mundial de "Glass Onion" no Festival de Toronto a 10 de setembro de 2022 para se queixar diretamente a Ted Sarandos, um dos presidentes executivos da Netflix, dizendo que a entusiástica reação do público mostrava que o filme era popular e merecia mais tempo nos cinemas. A resposta que ouviu é que esse não era o modelo de negócio da empresa e, entre várias coisas e palavrões pelo meio, o ator terá dito 'O vosso modelo está fo****'".

Sarandos não mudou de opinião, reafirmando recentemente que a sua empresa está focada no streaming e não na expansão nos cinemas pois é isso que agrega valor para os subscritores.

“É algo exclusivo da Netflix termos escala suficiente. Podemos gastar 200 milhões de dólares num filme e ter audiência suficiente para colocá-lo diretamente na Netflix sem tentar recuperar parte do investimento nas salas de cinema, que acho ser uma forma bastante ineficiente de distribuir alguns filmes”, disse numa conferência em Londres em setembro.

"Wake Up Dead Man: A Knives Out Mystery" será lançado em 2025 e a nova lista de suspeitos (ou potenciais vítimas) inclui Mila Kunis ("Que Loucura de Família", "Cisne Negro", "Mães à Solta"), Jeremy Renner ("Vingadores: Endgame, "Mayor of Kingstown"), a oito vezes nomeada para os Óscares (sem nunca ganhar) Glenn Close, Josh Brolin ("Os Goonies", "Este País Não é para Velhos", "Sicário", "Dune"), Kerry Washington ("Scandal"), Josh O’Connor ("Challengers", "The Crown"), Cailee Spaeny ("Priscilla", "Guerra Civil"), Andrew Scott ("Desconhecidos", "Ripley", "Fleabag"), Daryl McCormack ("Peaky Blinders", "Bad Sisters", "Boa Sorte, Leo Grande") e Thomas Haden Church ("Sideways", "Homem-Aranha 3").