Começou na segunda-feira a rodagem de "Dolor y Doria", o 21º filme de Pedro Almodóvar, onde vai reencontrar duas das maiores estrelas do seu cinema, Penélope Cruz e Antonio Banderas.

Foi a atriz, a trabalhar com o realizador pela sexta vez após "Em Carne Viva" (1997), "Tudo Sobre a Minha Mãe" (1999), "Voltar" (2006), "Abraços Desfeitos" (2009) e "Os Amantes Passageiros" (2014), que assinalou o momento nas redes sociais, enfatizando o prazer que desfruta da relação.

Ao contrário de outros títulos da carreira de Almodóvar, a história do novo filme andará à volta do protagonista masculino, papel de Antonio Banderas. Será a primeira vez que ele e Cruz trabalham juntos.

Ator e realizador deram juntos os primeiros passos na carreira, primeiro em "Laberinto de pasiones" (1982) e depois em filmes hoje tão simbólicos como "Matador" (1986), "A Lei do Desejo" (1987), "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988)" e "Ata-me" (1989).

O ator seguiu depois a carreira nos EUA e a parceria só seria reatada no elogiado "A Pele Onde Eu Vivo" (2011).

Em declarações à Variety em abril,  Almodóvar descreveu o projeto como "uma série de encontros, alguns físicos, outros recordados décadas mais tarde, de um realizador nos seus anos mais avançados".

A história juntaria "os primeiros amores, os segundos, a mãe, mortalidade, um ator com quem o realizador trabalhou, os anos 60, os 80, a atualidade e o vazio, a sensação de incomensurável vazio provocado pela incapacidade em continuar a fazer filmes", acrescentou, no que parece ter semelhanças com "Fellini 8½" (1963).

A Variety comentava então que o resumo levantava questões sobre quanto da história será inspirada pela vida do próprio Almodóvar e se esta poderia ser, de alguma forma, aos 68 anos, a sua despedida.

A apontar para isso também parece ser a presença de Julieta Serrano, atriz de 85 anos que trabalhou com o realizador no seu primeiro filme, "Pepi, Luci, Bom e Outras Tipas do Grupo" (1980), bem como em "Negros Hábitos" (1983) e noutros títulos durante essa década.

Além disso, o último filme de Almodóvar realmente aclamado foi "A Pele Onde Eu Vivo" e o intervalo entre os projetos tem vindo a aumentar.