Todas as cenas em que aparece Tig Nagaro na super produção "Exército dos Mortos" foram gravadas à parte, sem os outros atores.

A atriz e comediante substituiu Chris D’Elia: conhecido pelas séries "Whitney", "Undateable" e "Yoy", o ator e comediante foi acusado em junho de 2020 de ter assediado sexualmente várias raparigas menores de idade. Apagado do filme, resta apenas uma fotografia inicial ao lado dos outros atores.

À revista Vanity Fair, Zack Snyder descreveu a decisão após as acusações como "bastante fácil", com a sua esposa e produtora Deborah Snyder a acrescentar que também "sem dúvida que foi dispendiosa" para a Netflix.

TIG NAGARO, TERCEIRA À ESQUERDA NA FOTOGRAFIA COM OS OUTROS ATORES, QUE NUNCA CONHECEU.

A razão foi a pandemia: com a indústria ainda a recuperar e a definir regras de segurança com os sindicatos para recomeçar, e sendo Tig Nagaro mais vulnerável à COVID-19 por ter sobrevivido a um cancro, não era possível voltar a juntar todo o elenco e equipa técnica para as refilmagens em setembro.

Com exceção de uns momentos com Ana de la Reguera, ela gravou sozinha todas as suas cenas rodeada de ecrã verde, com a magia dos efeitos visuais a adicioná-la mais tarde nas cenas com todos os outros atores, como Dave Bautista, Ella Purnell e Matthias Schweighöfer.

E se Zack Snyder coloca o custo adicional em "alguns milhões", a esposa diz que foi um pouco mais elevado.

"Acho que foi tipo o que custou o nosso pequeno filme alemão", esclareceu, referindo-se a "Army of Thieves", a prequela que os dois produziram e será lançada pela Netflix também este ano, realizada por Matthias Schweighöfer, que também volta a interpretar Dieter.

"Francamente, acho que o filme é melhor com a Tig Notaro, porque ela é mais imprevisível e divertida", destacou o realizador.

Deborah Snyder deixou palavras de elogio para a decisão da plataforma, por avançar com o dinheiro e assim confirmar a postura de combater comportamentos abusivos na indústria.