A exposição “A Canção de Lisboa e Gado Bravo”, que mostra fotografias de rodagem dos dois filmes portugueses, é inaugurada na próxima sexta-feira, em Berlim, por ocasião do Festival Internacional de Cinema.

A exposição, organizada pelo Camões Berlim, incluiu uma seleção de imagens de rodagem do filme “A Canção de Lisboa”, realizado por Cottinelli Telmo, primeiro filme sonoro inteiramente produzido em Portugal, e “Gado Bravo”, correalizado por António Lopes Ribeiro e Max Nosseck.

A obra contou com participantes alemães e austríacos, então em Portugal em fuga ao regime Nazi, incluindo o argumentista Erich Philippi, o diretor de fotografia Heinrich Gärtner, o compositor Hans May e os atores Olly Gebauer e Siegfried Arno.

“Esta exposição surge na sequência de outra que organizámos no ano passado, em parceria com a Cinemateca Portuguesa, que tem uma lógica de enquadramento no festival internacional de cinema de Berlim, e iniciámos uma rubrica que são histórias do cinema português. No ano passado tivemos uma exposição mais narrativa, e este ano vamos apresentar uma exposição focada em dois filmes”, revela Patrícia Severino, conselheira cultural da Embaixada de Portugal na Alemanha e diretora do Camões Berlim.

Na inauguração da exposição vai estar, além da ministra da Cultura, Graça Fonseca, a equipa do filme “A Portuguesa” de Rita Azevedo Gomes, selecionado para a secção Forum da edição deste ano da Berlinale.

“Acho que a presença portuguesa na Berlinale tem vindo a ser afirmada nos últimos anos, ou seja, desde que o filme ‘Tabu’, de Miguel Gomes, foi selecionado para competição já tivemos filmes de Ivo Ferreira e de Teresa Villaverde em competição”, lembra Patrícia Severino.

Para a diretora do Camões Berlim, “também é importante olhar para outras secções, como a Forum, que é programada pela equipa do cinema Arsenal de Berlim, e onde o cinema português esteve sempre presente.”

“Este ano, o cinema português tem uma presença muito afirmada, com o filme de Rita Azevedo Gomes, de Carlos Conceição, de Susana de Sousa Dias e também com uma instalação-vídeo de Billy Woodberry que tem programação portuguesa”, realça.

Além da “programação bem sustentada”, Patrícia Severino destaca “a presença no European Film Market (EFM)”, onde Portugal está representado com um ‘stand’ do Instituto do Cinema e do Audiovisual.

“Este ano será feita também a apresentação, na presença da secretária de Estado do Turismo e da ministra da Cultura, do ‘Cash Rebate’, um sistema de investimento e de incentivo à captação de filmagens em Portugal. Já está em funcionamento e já tem projetos aprovados, tem vindo a ser apresentado internacionalmente e agora é a vez de Berlim, no contexto do Mercado Europeu do Filme”, frisa a conselheira cultural da Embaixada de Portugal na Alemanha.

Sobre os filmes a que pensa assistir durante a 69.ª edição da Berlinale, Patrícia Severino assume que toda a sua atenção está “centrada na presença portuguesa, com muito gosto”.

“Não o digo para ser diplomática, mas porque o cinema português é um cinema com muito interesse por parte do público e de festivais internacionais do mundo inteiro, é um cinema que tem visto o trabalho dos seus realizadores, atores, equipas técnicas ser reconhecido com vários prémios. Portanto, eu acho que é um privilégio estar em Berlim e poder assistir à estreia mundial destes filmes que vão ser apresentados na Berlinale”, remata a diretora do Camões.

O Festival Internacional de Cinema de Berlim decorre entre quinta-feira e 17 de fevereiro.