Em conferência de imprensa, Paulo Branco apresentou a 18.ª edição do Lisboa Film Festival – LEFFEST, a decorrer de 8 a 17 de novembro, que cruza o cinema com outras artes e que este ano se estenderá por seis espaços, incluindo o cinema São Jorge e o MUDE – Museu do Design de Lisboa, recentemente reaberto.

Sobre a programação de cinema, Paulo Branco explicou que conta com 140 filmes, muitos dos quais exibidos e premiados este ano nos principais festivais de cinema, como os que foram escolhidos para a dupla abertura oficial do LEFFEST: “The Room Next Door”, de Pedro Almodóvar, e “The Brutalist”, com a presença do realizador, Brady Corbet.

Em primeira exibição portuguesa, o LEFFEST inclui ainda “Emília Perez”, de Jaques Audiard, filme do qual Cannes distinguiu o elenco feminino com o prémio de representação e que França candidatará aos Óscares de 2025.

Entre os cerca de cem convidados do LEFFEST deste ano, também foi anunciada a presença do realizador iraniano dissidente Mohammad Rasoulof, para estrear “A semente da figueira sagrada”, assim como o regresso do canadiano David Cronenberg – uma presença regular no festival – e do ator Viggo Mortensen, na qualidade de realizador do filme “The Dead Don’t Hurt”.

Os cineastas Thomas Vinterberg, Léos Carax e Jonás Trueba também deverão estar em Lisboa, assim como o realizador Sol de Carvalho e o escritor Mia Couto, ambos de Moçambique, a propósito do filme “O ancoradouro do tempo”.

Haverá cinema português, nomeadamente com “On Falling”, de Laura Carreira, que acaba de ser distinguido no festival de San Sebastián, em Espanha, “e “Longe da Estrada”, de Hugo Vieira da Silva e Paulo Mil Homens.

O realizador Ivo M. Ferreira fará uma antestreia de quatro episódios da série televisiva “O Americano”, produzida para a RTP.

No diálogo com outras artes e com a atualidade, o diretor artístico do LEFFEST programou um ciclo para refletir sobre “a situação absolutamente inaceitável” na Palestina, com filmes, uma leitura de poemas da antologia “Se eu tiver de morrer – Poesia de Resistência Palestiniana - Sec XXI” e o concerto “Make Freedom Ring”, para angariação de fundos para a Médicos Sem Fronteiras. No Teatro do Bairro estará patente uma exposição do artista visual de Gaza Khaled Jarada.

Um outro ciclo temático será sobre a difusão massificada de imagens de guerra, seja nos media tradicionais seja nas redes sociais, com uma exposição de fotografias de Marie-Laure de Decker e de Noel Quidu, no ginásio do Liceu Camões, e com conversas com realizadores e jornalistas.

Haverá ainda retrospetivas do cinema de Miguel Gomes, Jonas Trueba, Patrícia Mazuy e Michael Haneke.

No MUDE será inaugurada, a 9 de novembro, uma exposição de pintura do artista plástico português Carlos Cobra (1940), que, segundo Paulo Branco, é um dos momentos mais importantes do festival.

A exposição é para “repor o Carlos Cobra na memória dos portugueses, e que possam olhar para a obra dos últimos anos dele, já que a outra não sei se alguma vez se poderá recuperar”, disse.

A programação do festival, apresentada com a presença do presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, estará disponível em www.leffest.com.