O evento, que é realizado no estado norte-americano do Utah e celebra o cinema independente, foi obrigado a adotar o formato online pelo segundo ano consecutivo devido à disseminação da variante Ómicron do coronavírus nos Estados Unidos.
A pandemia obrigou os cineastas a inovar, e "The Princess" é um dos vários filmes exibidos em Sundance que foram produzidos inteiramente a partir de imagens de arquivo.
Sem um narrador, o documentário transporta os espectadores de volta ao tumultuado casamento de Diana com o príncipe Charles, e explora a obsessão dos media e o impacto desses eventos com imagens contemporâneas.
"É como uma tragédia shakespeariana, mas que muitos de nós vivemos e na qual até participámos", disse o realizador, Ed Perkins.
Embora muitos documentários anteriores tenham tentado "entrar na cabeça de Diana", Perkins concentra-se em como a imprensa e o público percebiam e julgavam o seu comportamento.
Entrevistas famosas e constrangedoras que o casal deu a grandes redes de televisão são exibidas ao lado de filmagens de paparazzi com enormes lentes escondidas em arbustos.
A morte de Diana é vista através de vídeos caseiros de um grupo de amigos que via o noticiário ao vivo na televisão, cuja emoção e leveza inicial se transformam em terror quando a gravidade do acidente em Paris é revelada.
Com tantos documentários feitos sobre Diana, Perkins disse que espera que a sua produção possa “adicionar algo novo à conversa”, criando algo “mais imersivo e experimental”.
Enquanto isso, a monarquia britânica atravessa uma crise com a partida do filho de Diana, o príncipe Harry, e da sua mulher, Meghan, que acusaram a família de racismo e travam batalhas legais com a imprensa britânica.
“Parte da intenção deste filme, ou a razão pela qual parecia ser o momento certo para o fazer, talvez fosse, entre outras coisas, pela sua história”, afirmou o produtor Simon Chinn.
"O nosso instinto foi voltar ao que sempre pensámos ser 'a origem da história' e ver o que poderíamos aprender com o que aconteceu, através da história de Diana”, acrescentou.
"Evolução"
A diretora do festival, Tabitha Jackson, disse à imprensa na abertura que a versão virtual de Sundance provavelmente veio para ficar, mesmo após a pandemia, pois ajudou a "diversificar o público".
"Assim que descobrirmos como fazer isso, e que possamos fazê-lo, eu pessoalmente não quero voltar atrás", declarou.
Ao abrir o festival, o cofundador Robert Redford descreveu o formato online como "uma emocionante evolução da perspetiva de Sundance".
A sua mensagem gravada, que seria exibida "numa nave espacial" de realidade virtual num teatro, teve um problema técnico e teve de ser postada posteriormente no site do festival.
Outra das produções da noite de abertura foi "Fire of Love", mais um documentário construído a partir de imagens de arquivo. O filme segue as façanhas dos vulcanólogos franceses Katia e Maurice Krafft.
Os Kraffts morreram em 1991 enquanto filmavam a explosão do vulcão Monte Unzen no Japão. O filme recupera imagens gravadas por eles, combinando espetaculares erupções vulcânicas com a relação única que existia entre o casal.
"When You Finish Saving The World", protagonizado por Julianne Moore e Fin Wolfhard, também se estreou no festival.
A estreia na realização do ator Jesse Eisenberg fala de uma família disfuncional e dos confrontos entre uma mãe, que administra um abrigo para mulheres, e o seu filho adolescente interessado em tornar-se famoso na internet através da música.
O Festival de Sundance decorre até 30 de janeiro.
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