Em causa está uma montagem publicada pela comediante nas redes sociais, que intercala excertos de Nélson e Sérgio Rosado a cantarem o hino nacional numa prova de MotoGP em Portimão, em abril de 2022, com reações depreciativas retiradas do programa "Ídolos".

Nas alegações finais do julgamento, a advogada dos Anjos, Natália Luís, sustentou que Joana Marques cometeu "algo ilícito" ao manipular a transmissão original da atuação e desinformar a sociedade e sublinhou que a humorista só não poderia ter noção que tal iria gerar reações negativas se não soubesse que largar um fósforo num fardo de feno vai atear um fogo.

Na resposta, o defensor da comediante salientou que esta "não introduziu alterações para acentuar falhas" da atuação, causadas pela transmissão original - entre as quais a substituição de "egrégios" por "egreijos" - e que tinham já gerado reações negativas online.

Nuno Salpico acrescentou que a tese dos Anjos implicaria que "todos os humoristas" teriam de prever se algo que produzem é suscetível de causar danos, num contexto em que "é impossível cogitar uma hipótese em que um conteúdo não gere uma única reação negativa".

Além de exigirem 1.118.000 euros por danos morais e patrimoniais, a dupla pretende que Joana Marques apague o vídeo que publicou nas redes sociais e se retrate publicamente de o ter produzido e divulgado.

A sentença do Tribunal Central Cível de Lisboa vai ser comunicada por escrito às partes, numa data desconhecida.

Atendendo a que as férias judiciais de verão começam a 16 de julho, não é expectável que tal ocorra antes de setembro.

O julgamento começou a 17 de junho e tem tido dezenas de pessoas na assistência.