Um dia após a notícia de que foi despedida da série "The Mandalorian" por causa de mensagens controversas nas redes sociais, Gina Carano mostrou-se desafiadora ao anunciar que tem um novo projeto.

A atriz vai fazer um filme com o The Daily Wire, um site de notícias e opinião política ligado ao setor conservador dos EUA fundado pelo comentador Ben Shapiro.

"O Daily Wire está a ajudar a realizar um dos meus sonhos, desenvolver e produzir o meu próprio filme. [...] Estou a enviar uma mensagem direta de esperança a todos os que vivem com medo de serem cancelados pela multidão totalitária. Estou apenas a começar a usar a minha voz, que agora está mais livre do que nunca, e espero que inspire outros a fazer o mesmo. Eles não nos podem cancelar se não deixarmos", revelou em exclusivo ao Deadline.

Segundo a publicação especializada, Gina Carano vai desenvolver, produzir e ser a protagonista de um filme que o The Daily Wire irá distribuir exclusivamente aos seus subscritores.

O site anunciou recentemente a intenção de expandir a sua atividade para a área do entretenimento, começando com distribuição a 14 de janeiro do filme "Run Hide Fight", um "thriller" de ação de Kyle Rankin sobre uma estudante que enfrenta um tiroteio no seu liceu.

Uma das jovens referências do pensamento conservador nos EUA, mas que também fala de cinema nos seus programas, Ben Shapiro foi cáustico nas suas declarações.

"Não poderíamos estar mais entusiasmados por trabalhar com a Gina Carano, um talento incrível despedido pela Disney e Lucasfilm por ofender a esquerda autoritária de Hollywood. É para isso que o Daily Wire existe: fornecer uma alternativa não apenas para os consumidores, mas também para os criadores que se recusam a curvar perante a multidão. Estamos ansiosos para levar o talento da Gina aos americanos que gostem dela e também mostrar a Hollywood que, se quiser continuar a cancelar aqueles que pensam de forma diferente, estará apenas a ajudar-nos a construir a [nave] Xwing que vai abater a sua Estrela da Morte", explicou.

Antiga lutadora de MMA, Gina Carano fez-se notar como atriz graças a "Uma Traição Fatal" (2011), de Steven Soderbergh , que a projetou para filmes como "Velocidade Furiosa 6" (2013), "Deadpool" (2016) e a nova versão de "Kickboxer: A Vingança" (2016), antes de ganhar uma nova popularidade como Cara Dune, que apareceu em sete episódios ao longo de duas temporadas de "The Mandalorian" (apenas o protagonista da série, interpretado pelo ator chileno Pedro Pascal, teve mais tempo).

A sua atividade nas redes sociais era polémica, intensificando-se nos últimos meses com a oposição ao uso de máscaras durante a pandemia e o gozo com o uso de pronomes neutros.

Durante o verão, também causou a desconfiança de alguns fãs por causa do seu silêncio sobre o movimento Black Lives Matter, ao mesmo tempo que apoiava mensagens que criticavam os protestos.

Na terça-feira à noite, partilhou uma mensagem nas redes sociais em que comparava pertencer ao Partido Republicano nos EUA (conservador) a ser judeu durante o Holocausto.

Ela foi apagada mais tarde, mas não a tempo de impedir o regresso da hashtag "FireGinaCarano" [despeçam a Gina Carano], como aconteceu em novembro, quando partilhou mensagens com argumentos associados a Donald Trump que colocavam em causa a legitimidade das eleições presidenciais de novembro do ano passado, como a necessidade de "limpar o processo eleitoral", "implementar leis que nos protejam contra a fraude eleitoral", "investigar cada estado", "filmar os processos de contagem" [dos votos], "eliminar os votos falsos", "fazer com que a fraude eleitoral termine em 2020" e o muito familiar "consertar o sistema".

Pouco tempo depois, a Lucasfilm confirmou que não voltaria a ser Cara Dune.

"Gina Carano não trabalha atualmente para a Lucasfilm e não há planos para ela no futuro. No entanto, as suas mensagens nas redes sociais a denegrir pessoas por causa das suas identidades culturais e religiosas são repugnantes e inaceitáveis”, referia o comunicado do estúdio, que pertence à Disney.

Com Dune ainda viva no final da segunda temporada e rumores circulando de que a personagem faria parte do recentemente anunciado "spin-off" de "Rangers of the New Republic", o despedimento foi visto como um forte sinal de tolerância zero do estúdio.

A agência que a representava na indústria também deixou de a ter como cliente.

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