Desde que a Academia de Artes e Ciências de Hollywood anunciou que iria atribuir um Óscar Honorário a
Jean-Luc Godard que muitos questionaram qual seria a reacção do autor de
«O Acossado» a esse reconhecimento, devido às posições muito críticas que ele tem assumido sobre o cinema norte-americano.
Agora, depois de notícias que davam como infrutíferas as várias tentativas da Academia em contactar pessoalmente com o cineasta para o convidar a estar presente na cerimónia, surgiram as primeiras reacções do realizador ao galardão.
Anne-Marie Miéville, também realizadora e companheira do cineasta, assumiu em entrevista ao «The Australian» a recusa do cineasta de 79 anos em ir receber o troféu. «Ele acabou de dizer-me que o problema não são os Óscares. Primeiro ele pensou que a entrega se desenrolaria na própria cerimónia, e só depois é que percebeu que ia ser um evento separado em Novembro». Efectivamente, desde o ano passado que a entrega dos troféus honorários não é concretizada durante a cerimónia propriamente dita, emitida anualmente pela televisão, mas sim num evento separado e mais modesto, realizado em Novembro, que distinguiu o ano passado nomes como
Lauren Bacall e
Roger Corman.
Mesmo assim, Miéville reconheceu que, mesmo que a homenagem decorresse durante a cerimónia, o realizador não iria: «O Jean-Luc não vai à América, ele está a ficar velho para esse tipo de coisas. Você faria essa viagem tão grande só para receber um pedaço de metal?».
De qualquer forma, Miéville assume que a recusa de Godard em ir à cerimónia não se traduz num gesto de rejeição da Academia, insistindo que o realizador está reconhecido e que «alguém da sua equipa de produção» irá receber o Óscar em seu nome.
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