O caso Harvey Weinstein surgiu em 5 de outubro de 2017, com a publicação no jornal The New York Times de uma primeira série de testemunhos de atrizes que afirmavam ter sido assediadas pelo produtor de Hollywood.

Mais de uma centena de atrizes, entre elas Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Rose McGowan, e de ex-colaboradoras acusaram-no desde então de assédio, abuso sexual e violação. Os factos, que frequentemente remontam a dez ou 20 anos, prescreveram na maioria e são difíceis de provar.

Desde novembro passado, foram apresentadas numerosas ações civis contra Weinstein e sua produtora, a The Weinstein Company, que emerge como facilitadora de seu comportamento de predador sexual.

As acusações feitas esta sexta-feira pelos crimes de violação e agressão sexual por factos ocorridos em 2013 e 2004 são as primeiras contra o ex-todo-poderoso produtor.

2017

5 de outubro: o caso vem à tona

O jornal The New York Times publica uma investigação com vários depoimentos de assédio sexual supostamente praticados por Harvey Weinstein durante quase trinta anos.

O periódico também revela que o magnata do cinema fez acordos extrajudiciais que preveem indenizações a pelo menos oito mulheres para silenciar as suas acusações.

O produtor responde a estas revelações "desculpando-se sinceramente" e anuncia que deixará a empresa. O seu advogado diz que Weinstein "nega muitas destas acusações".

A direção da companhia de que é proprietário juntamente com o irmão, Bob Weinstein, demite-o três dias depois.

Asia Argento emociona Cannes:

10 de outubro: primeiras acusações de violação

A atriz italiana Asia Argento conta à revista The New Yorker que o poderoso produtor a violou em 1997, e outras duas mulheres acusam-no de agressão sexual.

Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie, Rosanna Arquette e a francesa Emma de Caunes afirmam, por sua vez, terem sido assediadas sexualmente por ele.

"Todas as acusações de relações sexuais não consentidas são refutadas pelo sr. Weinstein", responde a sua porta-voz, Sallie Hofmeister.

14 de outubro: expulsão da Academia

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que atribui os Óscares, reúne-se com caráter de urgência e decide expulsar Harvey Weinstein, cujos filmes produzidos ao longo dos anos acumularam 75 estatuetas. É a segunda vez, em 90 anos de existência, que a entidade vota uma sanção do tipo.

Com o passar dos dias, os testemunhos de assédio ou agressão sexual multiplicam-se nas redes sociais ou perante de câmaras de televisão, contra o produtor mas também contra outras celebridades de Hollywood, da televisão ou da moda, particularmente com as hashtags #MeToo e alguns equivalentes em outros países.

3 de novembro: "dossier real" em Nova Iorque

Investigações criminais contra Weinstein são mencionadas pela polícia de Londres, Nova Iorque e Los Angeles desde 12 de outubro.

No dia 20, a polícia de Los Angeles confirma a investigação da alegada violação de uma atriz num hotel da cidade que data de fevereiro de 2013, suficientemente recente para se arriscar a prescrever.

Em 3 de novembro, quando as supostas vítimas chegam à centena, a polícia de Nova Iorque anuncia que tem nas mãos um "dossier real" graças à atriz Paz de la Huerta, que conta ter sido violada duas vezes em 2010 pelo produtor.

Dias depois, a revista The New Yorker revela que Harvey Weinstein pagou a pessoas, inclusive antigos espiões do serviço de Inteligência israelita, a Mossad, para silencionar ou comprometer os seus acusadores. Weinstein contrata um dos melhores advogados de Nova Iorque, Benjamin Brafman.

2018

25 de maio: acusação de violação e agressão sexual

Após se apresentar num tribunal de Nova Iorque, Weinstein foi acusado na passada sexta-feira de dois factos alegadamente ocorridos na cidade: a violação em 2013 de uma mulher de identidade não revelada e sexo oral forçado em 2004, que corresponderia à denúncia pública de Lucia Evans, que na ocasião era aspirante a atriz. A próxima audiência está prevista para 30 de julho.

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