Aos 77 anos, Barry Diller moveu-se como poucos em Hollywood.
Ele foi o líder dos estúdios Paramount na fase de "Febre de Sábado à Noite" (1977), "Brilhantina" (1978), "Os Salteadores da Arca Perdida" (1981), "Laços de Ternura" (1983) e "O Caça-Polícias" (1984), antes de se transferir para a Fox e criar o canal terrestre para concorrer com ABC, NBC e CBS, e aprovar o lançamento de sucessos como "Os Simpsons".
Agora à frente da InterActiveCorp, uma "holding" na área das tecnologias, o magnata do mundo do entretenimento continua atento e não têm dúvidas: há mais jogadores em Hollywood e as pessoas que tinham todo o poder têm muito menos.
"Hollywood agora é irrelevante", explicou no podcast "Recode Decode, hosted by Kara Swisher".
Na teoria deste antigo CEO, os seis estúdios estavam habituados a dominar e estender a hegemonia ao resto, comprando mesmo o que não tivessem fundado na concorrência se ficasse suficientemente grande e fosse atraente para o seu negócio.
Mas isso mudou: "Pela primeira vez, eles não estão a comprar nada. Ou seja, não vão comprar a Netflix. Não vão comprar a Amazon".
Isto significa que, apesar de continuarem a fazer conteúdos, os estúdios perderam relevância.
"Por outras palavras, costumava ser que se se conseguisse controlar um estúdio de cinema, sentávamo-nos à mesa com apenas outras cinco pessoas. E portanto, essa mesa dominava os 'media' a nível mundial. Isso acabou", explicou.
Barry Diller elogiou as qualidades do CEO da Disney Bob Iger, mas prevê que o estúdio não vai ter resultados bombásticos quando lançar o seu serviço de streaming perto do final do ano pois não acredita que exista capacidade para tentar competir com a Amazon Prime e principalmente porque "todos os que perseguem a Netflix são loucos".
Segundo Diller, é tudo uma questão de números e dinheiro: no caso da plataforma de streaming, 139 milhões de assinantes pagantes. E com a Amazon a não ser tão agressiva na contratação das estrelas que criam conteúdos, o caminho está livre para a Netflix.
"A Disney tem boa programação. Vão conseguir alguns subscritores. Mas perseguir... a Netflix ganhou este jogo. A não ser que surja algum acontecimento existencial, é a Netflix. Acredito que ninguém pode chegar ao seu nível de subscritores, o que lhes dá domínio a sério. Eles podem oferecer mais do que qualquer outro, fazem-no e vão continuar a fazê-lo", salientou.
A plataforma que têm, garante, permite-lhes cobrir qualquer proposta dos rivais e com isso atrair talentos como Ryan Murphy ("American Crime Story") e Shonda Rhimes ("Anatomia de Grey").
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