Michael Blake, o escritor de «Danças com Lobos», cuja adaptação para o cinema lhe valeu também um Óscar, morreu aos 69 anos após longa doença.

Reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho humanitário em defesa dos índios nativos americanos e dos cavalos selvagens, o seu romance mais conhecido vendeu mais de 3.5 milhões de exemplares e foi traduzido em 15 línguas.

Embora com grandes diferenças, livro e filme retratavam o tenente John W. Dunbar e o seu desejo de conhecer "a fronteira, antes que desaparecesse", acabando por se integrar no seio dos índios Sioux de Lakota.

Curiosamente, foi inicialmente desenvolvido como um possível argumento de cinema em meados dos anos 80 e foi Kevin Costner, que trabalhara com Blake no filme «Stacy's Knights/Tudo ou Nada» (1983), que o encorajou a transformá-lo num romance para aumentar as chances de interessar a Hollywood.

Após várias rejeições, o romance foi publicado em 1988. Os direitos foram então adquiridos por Costner, já com a vista a fazer a estreia na realização, mas ainda assim demorou muito tempo até garantir financiamento.

O filme tornou-se um inesperado sucesso em 1990 e ganharia sete Óscares, incluindo os de Melhor Filme e argumento adaptado para Blake. Foi o primeiro western a conseguir o prémio desde «Cimarron» em 1931 e ajudou a revitalizar o género em Hollywood.

Blake escreveu outros romances, incluindo a sequela de «Danças com Lobos», o ainda inédito «The Holy Road».