«Era único no melhor sentido da palavra e um gigante na sua arte», disse o seu agente, a quem coube a tarefa de anunciar a morte. O ator faleceu num hospital londrino, após doença prolongada. Em 1970,
Peter O'Toole tinha sobrevivido a um cancro no estômago. Há um ano, anunciou a sua retirada oficial do mundo da representação.

«Lawrence da Arábia» ganhou sete Óscares e Peter O’Toole obteve uma nomeação para Melhor Ator pela sua interpretação no filme de David Lean.

O respeitado ator de teatro e de cinema foi nomeado aos Óscares por oito vezes mas apenas acabaria por receber o prémio honorário pela sua carreira em 2003. Na história do cinema, ele é o intérprete mais nomeado ao Óscar sem nunca ter ganho um em competição: além de
«Lawrence da Arábia», foi ainda nomedo por
«Becket» (1964),
«O Leão no Inverno» (1968),
«Adeus, Mr. Chips» (1969),
«A Classe Dominante» (1972),
«O Fugitivo» (1980),
«Meu Ano Favorito» (1982) e
«Venus» (2006). Durante a sua carreira ganhou ainda quatro Globos de Ouro, um BAFTA e um Emmy.

O presidente irlandês, Michael D. Higgins, disse ter sentido uma «grande tristeza» com o anúncio da morte do ator.

«A Irlanda e o mundo perderam um dos gigantes do cinema e do teatro», escreveu num comunicado.

Peter O'Toole nasceu em 1932 e foi criado no norte de Inglaterra. Após ter trabalhado durante um curto período como jornalista de rádio para a Marinha Real, estudou na respeitada Academia Real de Arte Dramática, ao lado de Albert Finney, Alan Bates e de Richard Harris, que também se tornariam atores de peso.

Além do percurso notável no teatro, O'Toole, eterno boémio e entusiasta de homéricas bebedeiras, distinguiu-se no cinema em várias dezenas de filmes. Além dos já citados, convém recordar ainda fitas como
«Lord Jim» (1965),
«Como Roubar um Milhão» (1966),
«A Noite dos Generais» (1967),
«Duelo à Beira do Rio», o polémico
«Caligula» (1979)e o oscarizado
«O Último Imperador».