A terceira edição da Miragem – Arte Cinemática na Paisagem vai decorrer de 3 a 10 de setembro no Pico, Açores, exibindo 18 filmes em seis espaços diferentes da ilha, para “refletir sobre o território”, foi hoje anunciado.

Em declarações à agência Lusa, Rita Morais, da organização, explicou que o festival vai projetar filmes em “várias paisagens da ilha ao ar livre” e promover um “conjunto de oficinas criativas” que vão abordar os filmes do cartaz e “estabelecer um diálogo com a comunidade”.

“O que destaco da edição deste ano é o trabalho de colocar em relação o som e a musicologia com a imagem em movimento. Este gesto deve-se à motivação que a Miragem tem em entrar em contacto real com a comunidade da ilha”, declarou.

Rita Morais destacou que nas “oficinas criativas” do festival vão participar as bandas filarmónicas da ilha, o Centro de Formação Artística da Madalena e Escola Municipal de Música das Lajes.

“A ideia é olhar para o que melhor se faz na ilha ao nível de atividade cultural. Tem sempre a ver com a música e com o ensino dos instrumentos”, assinalou.

A mostra de cinema vai exibir 18 filmes em seis espaços diferentes da ilha do Pico, como a Mata dos Dragoeiros, no Museu do Vinho, a Baía das Canas ou a Maré das Lajes do Pico.

“A intenção é que olhemos para o nosso em torno com outra atenção através destes filmes”, reforçou.

Os filmes vão promover um “diálogo” com a paisagem onde vão ser exibidos como forma de “refletir sobre o território”.

“Cada sessão decorre numa paisagem diferente e o programa pensando para cada sessão tende a encontrar ecos entre aquilo que está a ser retratado e a paisagem onde está instalada a tela”, disse.

E exemplificou: “a 7 de setembro, o local escolhido é o Cabrito, uma zona de escoadas lávicas junto ao mar. Os filmes que são projetados nesse dia são todos à volta do som, mas esse trabalho de som é feito em conjunto com um olhar para imagens de terra vulcânicas”.

Entre os filmes exibidos está a “Casa, A Verdadeira e a Seguinte, Ainda Está por Fazer” (2019), de Sílvia das Fadas, “Moon’s Pool” (1973), de Gunvor Nelson, “Notes From Light Music” (1975), de Lis Rhodes, ou “Nelson Cavaquinho” (1969), de Leon Hirszman.