Um terço das longa-metragens apresentadas no festival são realizadas por mulheres, uma proporção rara, ou nunca antes alcançada noutros grandes eventos cinematográficos mundiais.

A franco-turca Deniz Gamze Ergüven ("Kings"), a irlandesa Rebecca Daly ("Good Favour"), a austríaca Barbara Albert ("Mademoiselle Paradis") e a francesa Agnès Varda (melhor documentário em Cannes com "Visages, Villages") são alguns exemplos da "feminização" do Cinema.

"A paridade está na vanguarda, mas a mudança no cinema é lenta", afirmou à AFP Piers Handling, diretor do festival.

Seja na direção de atores ou nos salários das estrelas, as diferenças são grandes. "Não vimos nenhum aumento do número de realizadoras", reconheceu Stacy Smith, professora da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles.

De uma mostra de 109 longas-metragens, somente 3,4% foram feitas por mulheres em 2016, segundo ela.

Sobre o vencimento das estrelas, de acordo com a revista Forbes, a relação é de um para três entre Mark Wahlberg ("Transformers") e Emma Stone, Óscar de Melhor Atriz por "La La Land - Melodia de Amor", que estará em Toronto pelo seu papel como a tenista Billie Jean King para o filme "Battle of the Sexes", da realizadora Valerie Faris.

Na Mostra de Cinema de Veneza deste ano, apenas uma realizadora, a chinesa Vivian Qu, irá competir com 20 homens.

Este desequilíbrio em detrimento das mulheres tem as suas raízes tanto no machismo da profissão como no facto de que o Cinema está muitas vezes inspirado em heróis de desenhos animados, considera Stacy Smith.

Segundo o diretor do festival, "países europeus como França, Alemanha, ou Escandinávia têm um ótimo foco da diversidade". Graças às ajudas, em parte públicas, as realizadoras podem montar mais facilmente uma produção com menos pressão.

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