Criados em 1958 pelo belga
Peyo (pseudónimo de Pierre Culliford), os diminutos seres azuis conhecidos como
Schtroumpfs surgiram como personagens secundárias numa das aventuras de banda desenhada da série que o autor então assinava, «Johan et Pirlouit», intitulada «La Flûte à Six Trous» (que mais tarde seria reintitulada «La Flûte à Six Schtroumpfs». Rapidamente as personagens ganharam imensa popularidade e Peyo criou com elas uma série própria que se tornaria uma das mais populares da Europa.

Nos anos 80, a fama dos Schtroumpfs atravessou o Atlântico e invadiu de forma marcante os EUA, graças a uma série de animação produzida na América pelos estúdios Hanna-Barbera e que durou até 1989, em mais de 250 episódios. Foi aí que passaram a ser conhecidos como Smurfs e é também essa a principal inspiração do filme que agora estreia, que em Portugal assumiu, de forma algo polémica, o nome
«Os Smurfs».

No nosso país, como adianta o especialista em banda desenhada
João Paulo Paiva Boléo, a série de banda desenhada chegou menos de 10 anos depois da estreia no mercado franco-belga, com o álbum «Os Schtrumpfs Negros», editado em 1967 pela União Gráfica. Ao longo dos anos 70 e 80, as histórias foram muito publicadas entre nós, com variações ligeiras sobre o nome original, até se estabelecerem de forma duradoura como Estrumpfes nas edições da Publica, do Círculo de Leitores e da Meribérica.

Os anos 80 foram efetivamente os mais marcantes para os Schtroumpfs em Portugal. Além dos livros, da série em televisão e do mais diverso merchandising, ficou na memória a imensa coleção de cerca uma centena de bonecos em pvc coloridos que, como recorda,
David Ribeiro, proprietário da loja de brinquedos vintage
O Puto Contra Ataca, eram adquiridos, dentro das possibilidades, por praticamente toda a gente, já que ninguém parecia ser imune ao encanto das figurinhas azuis.

Os Schtroumpfs voltaram à televisão portuguesa em 2005, na TVI, já com o título de Smurfs e é com esse nome que têm sido desde então designados em Portugal, quer nos DVDs entretanto lançados, quer nos livros que a Edições Asa edita desde março do corrente ano. O filme que agora chega às salas adota o mesmo nome, e transporta as personagens para a Nova Iorque da atualidade, sempre perseguidos pelo seu inimigo de sempre, o feiticeiro Gargamel.

*Este texto foi escrito ao abrigo do Novo Acordo Ortográfico.