"Estou aqui na minha casa no País de Gales. Aos 83 anos, não esperava ganhar este prémio, não esperava mesmo", confessou Anthony Hopkins através do Instagram ao agradecer o Óscar de Melhor Ator, atribuído na madrugada de domingo para segunda, pela sua interpretação no drama "O Pai".

Três décadas após a vitória por "O Silêncio dos Inocentes", o britânico tornou-se o maior veterano a ganhar na categoria com o filme de Florian Zeller, que chega aos cinemas a 6 de maio. Mas como não estava em Los Angeles, onde decorreu a cerimónia de entrega dos Óscares, nem na "hub" de Londres, mas num hotel no País de Gales, não houve discurso de agradecimento - e como o galardão foi último a ser entregue, em vez do de Melhor Filme, a cerimónia acabou a correr e sem o seu habitual ponto alto de entusiasmo.

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A reação acabou por chegar horas depois, já de manhã, com Hopkins a sugerir que não tinha ficado acordado durante a cerimónia porque esperava que o vencedor fosse outro - como aliás esperavam muitos. "Estou muito grato à Academia - obrigado. Quero prestar tributo a Chadwick Boseman, que nos deixou demasiado cedo. Mais uma vez, muito obrigado a todos. Não estava mesmo à espera disto, sinto-me privilegiado e honrado, obrigado", disse num vídeo.

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A vitória de Hopkins terá sido das mais surpreendentes da noite, uma vez que Boseman era apontado como o vencedor da categoria de Melhor Ator pelo seu papel em "Ma Rainey: A Mãe do Blues". Caso vencesse, assinalaria o primeiro Óscar póstumo para um ator negro - o afro-americano morreu em agosto passado, vítima de cancro.

O facto de ter sido preterido foi acolhido com estranheza na cerimónia e com alguma indignação nas redes sociais, com vários espectadores e profissionais a lamentarem a derradeira oportunidade de o premiar. "Chadwick merecia mesmo", sublinhou o realizador Matthew Cherry. "Esperem, que final ao estilo de 'A Guerra dos Tronos' foi aquele? Andra Day e Chadwick Boseman foram roubados", criticou Joy Reid, correspondente da MSNBC.