César está pronto para a guerra: macacos contra humanos no terceiro e último capítulo da saga de ficção científica, cujos efeitos especiais são considerados por alguns os mais impressionantes da história do cinema.

"Planeta dos Macacos: A Guerra" estreou esta semana em Portugal.

Por detrás destes símios que parecem reais está a Weta Digital, estúdio de imagens feitas por computador (GGI na sua sigla em inglês), fundada por Peter Jackson, cuja reputação não parou de crescer desde a sua estreia de sucesso na saga "O Senhor dos Anéis".

Filmado nas montanhas inóspitas de Alberta e Colúmbia Britânica, no Canadá, o realizador Matt Reeves mostra macacos evoluídos num mundo rapidamente a aquecer de raiva e divisões.

Um grupo de soldados liderados pelo coronel Kurtz - papel de Marlon Brando, interpretado agora por Woody Harrelson - lança um ataque com o objetivo de destruir os macacos de uma vez por todas.

O filme mostra mais uma vez Andy Serkis no papel de César, pelo qual recebeu mais elogios do que outros personagens digitais, incluindo o Gollum de "O Senhor dos Anéis" e King Kong.

"Fisicamente neste filme, César anda mais ereto e usa bastante as mãos, é mais um humano na pele de um símio", explica Serkis nas notas de produção.

"Mas à medida que se torna mais inteligente e habilidoso, os seus sentimentos e as suas recordações tornam-se mais difíceis de carregar", acrescenta.

Como nos outros filmes, Serkins vestiu um fato cinzento com pontos de reconhecimento facial para capturar todos os movimentos, gestos e emoções do seu símio.

O ator, de 53 anos, que muitos acreditam que merece um Óscar por esses papéis pioneiros, sempre defendeu que não há diferença entre interpretar vestindo um fato de captura digital e fazê-lo com guarda-roupa e maquilhagem.

"Você não está ali apenas à espera de ver a magia acontecer. Não está simplesmente a representar um personagem, você é o personagem", declarou num programa transmitido pela Fox.

"Planeta dos Macacos: A Guerra" mostra uma dúzia de personagens-chave macacos que interagem de forma cada vez mais sofisticada, não só entre si, mas com o ambiente.

"Assustadoramente avançados"

A produção contou com 50 técnicos em efeitos especiais, uma unidade de dez pessoas com câmaras e um exército de analistas, topógrafos e fotógrafos que digitalizaram em 3D cada centímetro dos locais do filme.

Esta enorme equipa está por trás das mais de 1.400 bastante complexas tomadas com efeitos especiais, possibilitadas pelos avançados programas que ultrapassaram os níveis de complexidade.

"Toda os detalhes da pele, como modelamos a forma como a luz se move na cena... é significativamente mais sofisticado", explica o supervisor de efeitos especiais da Weta, Dan Lemmon, que ingressou na empresa em 2002 com "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres".

Um novo conjunto de ferramentas chamado "Manuka physLight" modelou com precisão exata como as câmaras captavam e respondiam à luz para que a equipa de tecnologia pudesse iluminar os macacos como se estivessem num estúdio de filmagem.

Foi estudada a forma como a neve se agarra à pele dos gorilas, como cai, como se move enquanto os animais caminham nesses ambientes de inverno.

César, por exemplo, tem um milhão de fios de pelo.

"Planeta dos Macados: A Guerra", que disputa as atenções desta temporada com o novo "Homem-Aranha: Regresso a Casa" e "Mulher-Maravilha", recebeu 96% de aprovação no Rotten Tomatoes, site especializado que reúne as críticas, muito animadas com a história e os efeitos especiais.

"As texturas da pele e a pelo grossa são tão convincentes que rapidamente esquecemos que estamos a assistir a atores em fatos de captura de movimento", escreveu o crítico da BBC, Nicholas Barber, que apesar de não ter gostado do filme considerou os efeitos especiais "assustadoramente avançados".

Trailer.