“A coluna vertebral continua a ser a produção local de audiovisual e de cinema associada a esta região, mas abre-se uma janela cada vez mais ampla sobre o cinema”, disse hoje Rodrigo Francisco, da direção do Cine Clube de Viseu, durante a apresentação do Vistacurta - Cinema, diálogos e outros desvios.
Segundo Rodrigo Francisco, a possibilidade de, ano após ano, haver “um contacto mais próximo com profissionais de reconhecimento nacional e internacional, tem levado ao crescimento do projeto”.
Considerado um dos realizadores mais influentes do panorama cinematográfico europeu, o realizador catalão José Louis Guerín estará em Viseu no dia 30 de outubro, para mostrar o seu filme mais recente, intitulado “A Academia das Musas” (2015).
“Uma sessão seguida de uma conversa é uma oportunidade única de debater e conhecer a obra, na primeira pessoa, de um dos realizadores mais influentes e interessantes do cinema europeu atual”, frisou o dirigente do Cine Clube de Viseu.
No último dia do Vistacurta, 03 de novembro, João Canijo apresentará o documentário "Diário das Beiras" (2017).
Rodrigo Francisco avançou que João Canijo estará em Viseu “não apenas para apresentar o seu último trabalho, mas também para uma aula de cinema, com formato muito interessante, porque assenta numa conversa com o também realizador Nuno Tudela”.
Também Tiago Rosa-Rosso dará uma aula de cinema, a 31 de outubro, com dicas de “Como fazer cinema em Portugal sem desesperar”.
Segundo Rodrigo Francisco, o Vistacurta manterá o foco no cinema associado à região de Viseu e na produção de cinema que interpela a interioridade e, neste âmbito, haverá duas competições de curtas, cada uma delas com um prémio de 1.500 euros para o melhor filme.
Uma das competições destina-se a filmes realizados no distrito ou por autores do distrito, e a outra abrange também a produção de âmbito nacional que interpela a interioridade.
A novidade deste ano do Vistacurta é a aposta numa ação pedagógica com as escolas, trabalhando temas como a ecologia, os direitos sociais, a igualdade de género e a integração social.
“Aproveitámos para trabalhar uma série de temas relativamente aos quais é importante criar uma consciência e debate já nestas idades”, frisou Rodrigo Francisco, acrescentando que haverá ainda uma oficina de curta-metragem, para a qual o Cine Clube de Viseu convidou a realizadora Graça Gomes.
Outro dos destaques do Vistacurta é a exposição “A idade de ouro do cartaz de cinema polaco”, comissariada por Bénard Despomaderes, que ficará patente no Museu de Almeida Moreira.
Estarão também expostas e disponibilizadas para venda obras do artesão Sérgio Amaral que, nos incêndios de outubro de 2017, perdeu a sua oficina na zona de Mangualde.
À semelhança de anos anteriores, realiza-se um filme-concerto no Teatro Viriato, a 01 de novembro, uma proposta dedicada aos mais novos. O filme-concerto deste ano é “A floresta animada”, do Space Ensemble.
No Teatro Viriato será também exibido o filme convidado “I don’t belong here”, de Paulo Abreu (2017), que apresenta a história do regresso aos Açores de açorianos expulsos dos Estados Unidos e do Canadá.
A programação integra ainda um concerto do projeto “Paisiel”, do baterista, percussionista e escultor sonoro português João Pais Filipe e do saxofonista alemão Julius Gabriel, que fecha a última noite do Vistacurta.
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