E também dos mais desequilibrados e pouco consensuais, uma vez que o seu percurso é rico em sucessos e falhanços tanto junto do público como da crítica.

Nascido em 1954 em Oklahoma, Howard (54 anos) tomou contacto com o mundo do espectáculo desde muito cedo, a que não será alheio o facto dos seus pais serem actores.

Esta actividade foi, aliás, uma das paixões que abraçou logo na infância, estreando-se no teatro aos dois anos, numa adaptação de
«The Seven Year Itch», de Billy Wilder, e três anos mais tarde o filme policial
«Crepúsculo Vermelho (The Journey)» (1959) acolheu o pequeno «Ronny» Howard no seu elenco – onde constava também Deborah Kerr.

Foi, contudo, no final da adolescência que Howard teve o seu desempenho mais memorável, no retrato geracional de George Lucas desenhado em
American Graffiti - Nova Geração (1973), filme que esteve origem na também marcante série televisiva
«Dias Felizes (Happy Days)», onde o então actor também participou.

O salto da representação para a realização deu-se com
«O Massacre dos Bólides (Grand Theft Auto)» (1977), acelerado misto de acção e comédia que também protagonizou e do qual foi co-argumentista.

Apadrinhado pelo rei da série-b, Roger Corman, este primeiro passo atrás das câmaras teve continuidade em «Turno da Noite (Night Shift)» (1982), comédia que partilhava o espírito desbragado do seu mentor – seguindo um grupo de trabalhadores de morgue que se tornam proxenetas.

Estas experiências foram, no entanto, pouco representativas do que seguiu, já que as obras sucessoras optaram por temáticas menos ousadas e mais dirigidas ao grande público – a comédia romântica de
Splash, a Sereia (1984), a ficção científica espiritual de
«Cocoon - A Aventura dos Corais Perdidos» (1985), o misto de aventura e fantasia de
«Willow na Terra da Magia» (1988) ou o drama histórico açucarado de
«Horizonte Longínquo» (1992).


Apollo 13 (1995) conseguiu dar maior credibilidade a uma filmografia que muitos julgavam concentrada no entretenimento familiar, sendo o título mais elogiado de Howard até então.

Alvo de várias nomeações e prémios – incluindo dois Óscares – esta abordagem a uma viagem espacial decorrida nos anos 70 foi sucedida por filmes onde o realizador se debruçou sobre os media - «Primeira Página» (1994), «EdTV» (1999) – e outros onde regressou ao entretenimento direccionado para o grande público - «Resgate» (1996) ou «Grinch» (2000).

Uma Mente Brilhante (2001) e
Cinderella Man (2005), ambos protagonizados por Russel Crowe, reuniram um forte aplauso crítico e o primeiro proporcionou a Howard o Óscar de Melhor Realizador – arrecadando ainda os de Melhor Filme e Melhor Actriz Secundária.

Depois da adaptação do best-seller de Dan Brown, «O Código Da Vinci» (2006), o seu nome volta agora a integrar a lista das nomeações para a mesma categoria, resultado do seu trabalho no docudrama
Frost/Nixon (2008).