George Lucas, o criador de "Star Wars", vai ser homenageado com a Palma de Ouro Honorária do Festival de Cannes.

A distinção do maior festival de cinema do mundo será entregue na sessão de encerramento da 77.ª edição, a 25 de maio.

“O Festival de Cannes tem o prazer de prestar homenagem a uma das maiores figuras do cinema contemporâneo, um homem com uma carreira extraordinária, que reúne grande entretenimento e inovação, mitologia e modernidade e cinefilia e tecnologia”, anunciou a organização no comunicado oficial esta terça-feira.

George Lucas é um dos nomes incontornáveis da história da indústria cinematográfica norte-americana, em particular das décadas de 1970 e 1980, sobretudo em matéria de filmes de grande produção de ação e aventura com efeitos especiais, que se inscreveram na cultura popular.

Produtor, realizador, argumentista, empresário, filantropo, George Lucas criou as sagas “A Guerra das Estrelas” e “Indiana Jones” – esta com filmes realizados por Steven Spielberg -, além de ter estado na fundação de vários estúdios e produtoras, como a LucasFilm e a ILM, e de uma fundação dedicada a projetos educativos.

O comunicado recorda que a estreia no cinema foi graças a uma ligação estreita com Francis Ford Coppola, que o ajudou a produzir "THX 1138", de 1971.

“Desde a sua primeira longa-metragem, George Lucas abordou temas que lhe são caros: ficção científica para denunciar uma sociedade de vigilância, usar o amor para combater o destino e o conformismo, e reverter valores morais para desafiar o papel do bem e do mal”, destaca.

Um ano após a mesma distinção ter sido entregue de surpresa a Harrison Ford, não é esquecido que foi o realizador que o revelou em "American Graffiti - Nova Geração" (1973) antes de o tornar o Han Solo de "Star Wars", evocada como 'uma odisseia intergalática visionária que reinventou os códigos dos géneros cinematográficos como parte do movimento da Nova Hollywood, [...] não é menos do que mitologia, um tema que fascina George Lucas desde os tempos da universidade, na construção de personagens e enredos e na amplitude do seu alcance cultural”.

“Tal como Tolkien na literatura, ele imaginou um universo, com a sua geografia, populações, línguas, valores morais e até os seus transportes. Esta ambição excecional, que inicialmente assustou os produtores da 20th Century Fox e levou a um cansativo período de pós-produção, foi, no entanto, a receita para um sucesso sem precedentes: o filme cativou as multidões americanas e tornou-se um fenómeno sociocultural mundial, que continua até hoje”, explica o comunicado.

Já o homenageado recordou a estima especial que tem por Cannes: 'Fiquei surpreendido e em êxtase quando o meu primeiro filme, 'THX-1138', foi selecionado para ser exibido num novo programa para realizadores estreantes chamado Quinzena dos Realizadores'.

“Desde então, voltei ao festival em muitas ocasiões, desempenhando diversas funções como argumentista, realizador e produtor. Estou verdadeiramente honrado com este reconhecimento especial que significa muito para mim”, acrescentou.

O festival arranca a 14 de maio e a maior parte da programação oficial será anunciada durante uma conferência de imprensa em Paris esta quinta-feira de manhã.