O último trabalho do realizador português foi um dos 18 filmes de 23 países selecionados para a corrida ao Urso de ouro e de prata da Berlinale, ombreando com nomes consagrados como
Steven Soderbergh,
Brillante Mendoza,
Billy Bob Thornton,
Benoit Jacquot,
Stephen Daldry e os irmãos
Paolo e
Vittorio Taviani. A 62ª edição do festival decorrerá de 09 a 19 de fevereiro.

A competição oficial será, aliás, uma mistura de nomes de realizadores já bem conhecidos do grande público e de jovens cineastas, destacou o diretor do certame,
Dieter Kosslick, durante a apresentação do programa, hoje, na capital alemã.

«Tabu», uma história de amor e crime em redor da vida de uma idosa que mora num prémio em Lisboa e, quando era jovem, teve uma vida atribulada em Moçambique, «remete-nos, em retrospetiva, para o tempo colonial português, e traz também África ao festival», disse Kosslick aos jornalistas.

Miguel Gomes e os protagonistas do filme,
Carloto Cotta,
Laura Soveral,
Teresa Madruga e
Ana Moreira, estarão em Berlim para apresentar «Tabu» na conferência de imprensa que habitualmente se realiza poucas horas antes da estreia dos filmes em competição.

Ex-crítico de cinema, Miguel Gomes já tinha estreado a sua anterior longa-metragem,
«Aquele Querido Mês de Agosto», na Quinzena de Realizadores do Festival de Cannes, em 2008, e este filme passou depois em mais de 40 festivais, conquistando vários prémios.

Portugal tinha estado pela última vez no concurso oficial da Berlinale em 1999, com «Glória», de Manuela Viegas, que passou praticamente despercebido ao grande público.

O júri de oito elementos, presidido pelo cineasta britânico
Mike Leigh, divulgará, a 18 de fevereiro, os vencedores dos galardões em disputa, na gala de encerramento da competição, no Berlinale Palast.

Este ano, além do filme de Miguel Gomes, estará também na competição uma curta-metragem portuguesa,
«Rafa», de
João Salaviza , com estreia marcada em Berlim para 15 de fevereiro.

É a história de um menino de rua da margem sul que vai para Lisboa à procura da mãe, «invertendo o papel da responsabilidade», como o realizador disse à agência Lusa no verão passado, durante as filmagens.
João Salaviza ganhou, em 2009, a Palma de Ouro em Cannes com a curta-metragem
«Arena».

A Berlinale abre a 09 de fevereiro com «Les Adieux à la Reine», de Benoit Jacquot, a história dos acontecimentos que antecederam a Revolução Francesa, há 220 anos, contada pelos criados do Palácio de Versailles, e dos caprichos da Rainha Maria Antonieta, interpretada por
Diane Kruger.

Ao longo de 11 dias, serão exibidos no festival 395 filmes distribuídos pelas várias secções (Competição, Curtas, Generation Plus, Fórum, Panorama e Berlinale Special). Este ano, será também atribuído um Urso de Ouro à atriz norte-americana Meryl Streep, pelo conjunto da sua obra.

Meryl Streep, cujo último filme,
«A Dama de Ferro», sobre a antiga primeira-ministra britânica Margaret Thatcher passará também na Berlinale, é a atriz mais nomeada de se sempre para os Óscares da Academia de Hollywood (17 vezes no total), e ganhou dois Óscares e oito Globos de Ouro.

Pelo festival de Berlim passarão também outros nomes famosos da Sétima Arte, como
Stephen Daldry,
Werner Herzog,
Angelina Jolie,
Steven Soderbergh,
Jean Reno,
Antonio Banderas,
Javier Bardem,
Isabelle Huppert,
John Hurt,
Clive Owen,
Keanu Reeves,
Max von Sydow,
Uma Thurman e muitos outros.

@Lusa