Tom Hanks tem outro filme importante que já não vai estrear nos cinemas.

A Apple TV+ foi a vencedora de um leilão muito competitivo entre plataformas de streaming no último fim de semana para ficar com "Finch", um filme de ficção científica de "prestígio" a pensar nos Óscares, avançou a publicação especializada Deadline.

Realizado por Miguel Sapochnik, responsável por alguns dos episódios mais importantes da série "A Guerra dos Tronos", "Finch" é o novo título de um filme que inicialmente se chamada "Bios", cuja história anda à volta de Finch, um dos poucos sobreviventes de um "acontecimento solar cataclísmico que transformou o mundo num deserto", que vive há mais de uma década num abrigo subterrâneo, onde construiu um mundo próprio que divide com o seu cão Goodyear.

Engenheiro de robótica, Finch decide construir um um robô (com voz do ator Caleb Landry Jones) para tomar conta do seu cão quando ele já não conseguir e é esta família pouco tradicional que parte numa jornada perigosa pelo Oeste americano com que ele espera que a sua criação descubra o que significa estar vivo.

"Finch" é o terceiro filme com o ator afetado pela pandemia a não chegar aos cinemas: "Missão Greyhound", onde também era o realizador, foi vendido à mesma Apple TV+, enquanto "Notícias do Mundo" foi lançado diretamente pela Netflix fora dos EUA .

Quando foi conhecida a mudança de planos para o primeiro em maio do ano passado, Hanks reconheceu que era "um gigantesco desgosto".

"Não quero enfurecer os meus patrões na Apple, mas existe uma diferença na imagem e qualidade", recordava numa entrevista, referindo-se ao grande ecrã e ao streaming.

Já em dezembro, mostrou-se mais conformado com as mudanças na indústria do cinema aceleradas pela COVID-19 ao dar entrevistas sobre "Notícias do Mundo".

"Os cinemas ainda existirão? Com certeza que sim. De certa forma, quando estiverem a funcionar, terão uma escolha mais livre sobre os filmes que desejam exibir. E não sou nenhum profeta em relação a isto, mas vou dizer que os grandes eventos cinematográficos vão aguentar os cinemas. Depois disto [a pandemia], para garantir que as pessoas regressam, teremos o Universo Marvel e todo o tipo de sagas. E alguns desses filmes são bons. Você quer vê-los em grande porque, na verdade, em casa no seu sofá pode realmente diminuí-los de certa forma no seu impacto visual", explicou o vencedor de dois Óscares ao meio especializado Collider.

"A mudança provocada pelo COVID-19 tem sido um comboio lentamente a chegar. Penso que haverá muitos filmes que apenas serão vistos em streaming e será OK vê-los dessa forma porque eles são realmente construídos e feitos para as televisões muito boas de alguém nas suas casas. Sem dúvida que estamos na grande curva da mudança, que está a ocorrer desde que apareceram as cassetes VHS. Isto tem estado do outro lado do horizonte", concluiu.